31.1.16

A narrativa da vontade de Deus: a História do Brasil




"A narrativa da vontade de Deus: a História do Brasil de frei Vicente do Salvador” – este o título de um dos últimos e mais importantes lançamentos editoriais feitos pela Fundação Biblioteca Nacional. De autoria do historiador Luiz Cristiano de Andrade, o livro apresenta uma nova e consistente interpretação da conhecida “História do Brasil” escrita entre 1619 e 1630 pelo franciscano Vicente do Salvador, a primeira a contar uma história sistemática e abrangente do Brasil e também a primeira a receber este nome.

O livro de Luiz Cristiano originou-se da dissertação de Mestrado do autor defendida em 2004, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O editor, Marcus Venício Ribeiro, conta que tomou conhecimento desse estudo ao escrever recentemente a apresentação de uma nova edição da “História do Brasil” feita pela  Fundação Darcy Ribeiro.

 "Como a Biblioteca Nacional teve um papel crucial na divulgação do manuscrito  de frei Vicente no Brasil, que até o final do século XIX permanecera inédito, não hesitei em entrar em contato com o autor e propor a publicação da dissertação.”

Praticamente desconhecido no país até o final do século XIX, o manuscrito de frei Vicente (na realidade uma cópia feita no século XIX) foi doado por um livreiro à Biblioteca Nacional coincidentemente às vésperas da inauguração da grande Exposição de História do Brasil em dezembro de 1881. Incluído na exposição, tornou-se, nas palavras do então diretor da Biblioteca Nacional, Benjamim Franklin de Ramiz Galvão, uma das “gemas preciosas” apresentadas ao público. A publicação da obra foi feita também pela Biblioteca Nacional, nos Anais da Biblioteca Nacional de 1889, por iniciativa do historiador Capistrano de Abreu. Na época, Capistrano era funcionário da Biblioteca e sua interpretação da obra – ele a viu como a primeira manifestação de um sentimento nativista no Brasil, um “nacionalismo avant la lettre”, segundo Luiz Cristiano – foi reproduzida por outros importantes estudiosos da historiografia brasileira, como Manuel Bomfim, José Honório Rodrigues e Francisco Iglésias.

Para Luiz Cristiano, a “História do Brasil” foi concebida num “regime diverso” do imaginado por Capistrano e seus seguidores. Trata-se, segundo ele, de uma narrativa histórica fundada em princípios retórico-poéticos e teológico-políticos que, muito distante de supostas aspirações nacionalistas, presidiam a escritura dos gêneros históricos no século XVI. Uma visão sacramental e sobrenatural dos acontecimentos históricos subordinada à hermenêutica cristã: o Brasil, de acordo com a vontade de Deus, seria a base para o reerguimento de Portugal, o qual tinha a missão de expandir no mundo a civilização cristã.

A construção da obra busca seus primeiros fundamentos em noções da Antiguidade Clássica correntes ainda no século XVII, como, por exemplo, a crença de que os livros de História são “mestres da vida”, se destinam à difusão dos “bons valores e sentimentos” e ao aconselhamento dos governantes. Não por acaso, o livro tem como fio condutor a cronologia da administração portuguesa na colônia; e celebra, no período da unificação ibérica, os bons serviços prestados a Portugal por D. João III, e pelos governadores, bispos, ouvidores e capitães, clérigos e colonos fundadores, além dos índios que se aliaram aos portugueses. Do outro lado, como obstáculos ao cumprimento da Providência Divina, estavam os hereges franceses e holandeses e os gentios rebeldes, cujo massacre, descrito com indiferença pelo frade, teria as bênçãos de Deus.





Leia também 





30.1.16

O que é a cultura? 2




Esta palavra teve diferentes definições. No século XIII, a cultura correspondia ao sentido de cultivar a terra. A partir do século XVI, a cultura se opõe ao que é natural. Uma pessoa cultivada corresponde, nesta época, a uma possa que conhece as artes e as ciências. 

No XIX, os antropólogos e, principalmente Edward Burnett, mudam a definição. Neste século, a cultura é um sistema simbólico, organizadora da vida social e que tem conhecimentos, crenças, arte, leis, etc. Mais concretamente, os antropólogos consideram que a sociedade tem dois grupos: “nosso” e “os outros”.

Então, a partir desta época, é considerado que cada sociedade possui uma cultura própria. Depois disso, os sociólogos funcionalistas definiram novamente a cultura, mas, desta vez, como um conjunto de valores e de normas de uma sociedade. Em nossos dias, o conceito é vasto. Podemos falar de cultura geral, da cultura de uma empresa, da cultura de massa, etc.

Em sociologia, a cultura é própria a um grupo social e depende da socialização. As instâncias de socialização: família, escola, amigos, têm um papel determinante.

Podemos definir a cultura em duas dimensões: o lado universal, exterior ao individuo (a cultura explicita da sua sociedade) e o lado da cultura adquirida, transmitida (as mentalidades transmitidas e interiorizadas).


Culturalismo americano, Margaret Mead.


Margaret Mead, antropóloga americana (1901-1978), escreveu em 1935 a obra: “Sexo e temperamento em três sociedades primitivas”. Ela revela, neste livro, que na Oceânia, as normas sociais, resultados da cultura, são opostas às normas sociais do Brasil ou da França. Por exemplo, na Oceânia, os homens têm que ser sensíveis e as mulheres duras. Assim, ela pode ver que a maneira de se comportar depende da construção social. Então, a explicação da maneira de se comportar é cultural, e não, natural.


Escola francesa, Pierre Bourdieu


Segundo Pierre Bourdieu (A distinção, 1979), as práticas culturais são associadas às posições sociais dos individuos. Se você pertence à classe dominante, você vai ter práticas culturais parecidas a das outras pessoas desta mesma classe dominante. Por exemplo, se as classes dominantes vão frequentar óperas, escutar músicas classicas, então provavelmente você também obterá os mesmos hábitos.

curso de sociologia


Post-modernismo americano, Erving Goffman


Erving Goffman explica que para entender uma cultura é importante olhar as interações sociais entre os individuos. Erving Goffman compara a vida social como a vida teatral. Os indivíduos têm papeis para atuar na vida.


Outros conceitos associados

– aculturação: contato entre grupos de indivíduos de diferentes culturas e que geram mudanças nos modelos culturais do início. Primeiro, o individuo vai selecionar características culturais. Segundo, ele vai reinterpretar estes elementos. Por fim, ele vai reestruturar o conjunto.

– subcultura: cultura própria de um subgrupo social. A subcultura tem as mesmas características da cultura da sociedade. Por exemplo, no Brasil, a cultura gaúcha é uma subcultura. Os gauchos têm características similares (têm a mesma historia, o costume de tomar chimarão, etc.), porém, pertencem à cultura brasileira.

– contra-cultura: subcultura contra características dominantes da cultura da sociedade. Este subgrupo quer fazer reconhecer as suas próprias normas e valores. Por exemplo, os punks são contra-cultura.


Como legitimar a cultura?


Para legitimar a cultura, há sempre um expert de renome (Margaret Mead, Pierre Bourdieu, Erving Goffman, etc.) que se pronuncia sobre o assunto enquanto a sociedade entende tal pronunciamento como verdade.

Um exemplo concreto disto é o seguinte: imagine que sou uma pintora muito qualificada em uma favela pobre do Rio de Janeiro. Quem vai se interessar pelo meu trabalho? Na verdade, não tenho os mesmos códigos sociais de um pintor rico. 

Não temos a mesma socialização, as mesmas maneiras de se apresentar, de falar, de se comportar. (Pierre Bourdie chama isso de “habitus”). Então minhas produções não vão ser facilmente famosas como as do pintor rico. Os experts vão dizer o que é a cultura legítima. Porém, a gente pode se perguntar: Como legitimar uma cultura se é sempre o expert que fala? O expert é o individuo que tem um controle sobre os códigos culturais e simbólicos.

Acho que estamos em um mundo social onde as pessoas consentem que as culturas que são já legitimadas são mais importantes.  Que seja no trabalho, por exemplo. Vou contratar uma pessoa que esteja mais próxima da cultura dominante. Porém, na realidade, é muito provável que a pessoa que não pertence à cultura dominante seja mais produtiva.



29.1.16

Política Nacional das Artes é presente para o futuro




Se o leitor quiser abrir um equipamento cultural hoje, poderá pagar pelo kilowatt de energia quase duas dezenas de vezes mais do que paga uma fábrica de automóveis. E, ao contratar funcionários, seus encargos trabalhistas chegarão a ser quatro vezes maiores que em setores considerados estratégicos no nosso modelo atual de desenvolvimento.


Se o leitor quiser produzir um festival internacional de artes, sua situação não será melhor. Entre imposto de renda, taxas de importação provisória de equipamentos e outros custos, seus gastos podem chegar a duplicar o valor empregado no cachê dos artistas convidados.

Criar condições econômicas de produção e circulação mais favoráveis é um passo fundamental para ajudar a florescer o sistema das artes no Brasil como um todo. Com efeito, a economia da cultura é percebida pelo MinC (Ministério da Cultura) e a Funarte (Fundação Nacional de Artes) como um campo de atuação decisivo para a Política Nacional das Artes (PNA), cujo processo de construção acaba de ser lançado.

A tendência antropológica do ex-ministro Gilberto Gil deve se desdobrar agora numa tendência econômica, capaz de massagear as cadeias produtivas das artes, vitalizando-as, e com elas sua dimensão simbólica, experiência ampliadora do sentido e dos sentidos, fim primordial da ação.

Mas não único, já que a cultura pode se revelar uma alternativa para a diversificação da economia brasileira, dependente ainda do mercado de commodities e suas variações. Enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) estima que o setor criativo já responde por 7% do PIB mundial, no Brasil o segmento movimenta menos de 3% da economia.

Como observa o ministro Juca Ferreira, "estamos falando de um mercado na mais franca expansão em um mundo em crise, e para o qual ainda não nos organizamos para nele competir".

É necessário construir indicadores precisos e uma reflexão consistente sobre o assunto, pois isso pode viabilizar finalmente a reivindicação da cultura por ser percebida como um setor estratégico para o país, com orçamento condizente.

Mas há muito mais a formular e implementar no conjunto ambicioso de políticas públicas que se pretende a PNA: estabelecer um pacto federativo para o fomento, articulando as instâncias federal, estadual e municipal, a fim de gerar maior eficiência e aumentar os recursos; reformar a lei Rouanet, no sentido de garantir uma distribuição mais equilibrada dos recursos, incluir possibilidades de linhas de investimento e exigir do empresariado um percentual de contrapartida; discutir e transformar os marcos legais da cultura que regem a gestão pública, desburocratizando e flexibilizando o que for possível; estabelecer uma política clara e continuada para a internacionalização da arte brasileira, entre outros temas.

Isso só será possível se conseguirmos mobilizar artistas, setores artísticos e a sociedade em geral no sentido de impor a política para as artes como uma agenda fundamental no Brasil.

Para tanto, a PNA terá quatro eixos de ação: uma plataforma digital, em que qualquer cidadão poderá participar da construção das políticas públicas (culturadigital.br/pna); seminários temáticos para aprofundamento de temas específicos; encontros setoriais; e uma "caravana das artes", que percorrerá todos os estados do país, produzindo a mobilização necessária e assegurando que as singularidades territoriais do Brasil sejam levadas em conta no processo.

Não podemos nos contentar mais com ações pontuais e incrementais para nossa arte. É hora de encetar um grande processo estruturante: um presente para o futuro.


Francisco Bosco
Presidente da Funarte





28.1.16

Prefeitura de Ilhéus Contrata Museólogos




A Prefeitura Municipal de Ilhéus (BA) abriu na última quarta-feira (20) edital que oferece três vagas para a contratação de museólogos.

Em caráter de ampla concorrência, as vagas se destinam a profissionais com diploma de curso de graduação em Museologia fornecido por instituição de nível superior reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e registro profissional no Conselho Regional de Museologia.

A carga horária prevista para o cargo é de 40h semanais, com vencimento de R$ 2.500,00. As inscrições para o concurso público podem ser feitas até 10 de fevereiro através do endereço eletrônico www.consultec.com.br.



 A CARREIRA DE MUSEÓLOGO



G1


Quem pensa que museu é o lugar onde estão guardadas as velharias e os objetos antigos está enganado. "Um museu é muito mais que um depósito de acervos. Ele armazena a história e a cultura de um país", afirma o professor Ivan Coelho de Sá, diretor da Escola de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).

Segundo o professor Sá, o objetivo do curso de museologia é formar profissionais capacitados para trabalhar em museus, em instituições de memória em geral, em locais de patrimônio cultural. Nos últimos dez anos, afirma, a carreira teve uma valorização. "Acho que descobriram a importância que existe em preservar a cultura e os museus como instrumentos sociais e educativos", disse o professor. 

A professora Ana Maria Dalla Zen, coordenadora do curso de museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), vai além. "Museu não é apenas um local de preservação da memória humana. Há preservação de artes sacras, de plantas, de animais. São diferentes áreas do conhecimento que estão sendo preservadas".


Atividade dinâmica


E, segundo Ana Maria, também está enganado quem pensa que a atividade do museólogo é rotineira e cotidiana. Ele é o profissional responsável por inúmeras atividades, entre elas:

- planejar, organizar, administrar, dirigir e supervisionar os museus e exposições; 
- solicitar o tombamento de bens culturais; 
- conservar, manipular e divulgar o acervo museológico; 
- classificar e executar serviços de identificação dos bens culturais; 
- realizar perícias destinadas a apurar o valor histórico, artístico ou científico de bens museológicos, assim como a sua autenticidade. 

De acordo com o professor Sá, a carreira do museólogo é bastante específica e não pode ser confundida com a de um historiador, por exemplo. "O historiador sabe pesquisar, mas não sabe coisas técnicas de como manipular um acervo, por exemplo". 

Sá dá um exemplo prático da atividade do museólogo: "Quando um quadro chega a um museu, ele precisa ser higienizado, identificado, classificado, transportado adequadamente, tem que ser avaliado o índice de luz que ele vai receber. Só essa parte técnica de preservação do bem cultural é imensa", diz o professor.

"O acervo tem que conversar com o público. O museólogo avalia até que ponto um objeto consegue relacionar o passado com o presente", afirma Ana Maria. 


Disciplinas


O curso de museologia está inserido na área de humanidades. Geralmente, nos dois primeiros anos de curso, o aluno tem contato com disciplinas de formação geral em ciências humanas, como antropologia, filosofia, sociologia, metodologia de pesquisa, ecologia (para quem for trabalhar em museu de ciências), patrimônio histórico.

Após esse período, o estudante tem contato com disciplinas mais específicas e ligadas diretamente à formação do profissional. São elas: museologia e todas as suas subáreas, como documentação, preservação, comunicação. No final do curso, há estágio obrigatório.


Atualização constante


Segundo a professora Ana Maria, um bom museólogo tem que ter uma formação básica de conhecimento bastante complexa e tem que estar constantemente informado e atualizado. "É preciso visitar museus no seu dia-a-dia. Existem convênios com museus internacionais e virtuais e o aluno precisa se atualizar", disse.


Um pouco de história


O curso superior de museologia mais antigo do Brasil é oferecido pela UniRio e foi lançado por meio de um decreto presidencial em 1932. Ele começou a ser oferecido dentro do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro e funcionou lá por mais de 40 anos. Era um curso técnico, mas tinha caráter universitário e as aulas eram ministradas pelos próprios técnicos do museu. Atualmente, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), há sete instituições que oferecem o curso, seis federais e uma particular.

Brasil possui 2.520 museus catalogados

Num país onde há 2.520 museus catalogados no Cadastro Nacional de Museus, sendo 2.501 deles presenciais, é difícil imaginar que existam apenas sete instituições de ensino superior que oferecem o curso de museologia e apenas cerca de mil museólogos. Do total de museus cadastrados, 964 estão instalados na Região Sudeste; 715 estão no Sul; 532 estão no Nordeste; 177 no Centro-Oeste e 113 no Norte.

Segundo Mônica da Costa, presidente do Conselho Federal de Museologia (Cofem), não há um levantamento nacional oficial sobre o número exato de profissionais registrados no país, mas a maioria dos museólogos está concentrada no Estado do Rio de Janeiro, seguido da Bahia, que são os dois primeiros a oferecer o curso em nível superior. 

Mas, apesar de o número de profissionais formados na área ser maior no Rio e na Bahia, é em São Paulo e em Minas Gerais que se concentra a maioria dos museus. Dados do cadastro nacional apontam que São Paulo possui 410 estabelecimentos oficialmente catalogados e Minas possui 308. O Rio de Janeiro tem 194 e a Bahia, 143.




Edital para Intercâmbio com a França



O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), em parceria com a Escola do Louvre, lançou nesta segunda-feira (18) mais uma edição de Edital de Seleção destinado à concessão de bolsas de intercâmbio acadêmico na França para estudantes brasileiros do campo da Museologia e áreas relacionadas.

O Intercâmbio Acadêmico Ibram-Escola do Louvre, para o qual serão oferecidas três bolsas, vai acontecer durante o período de 29 de agosto a 26 de novembro deste ano em Paris, abarcando duas semanas de formação no Seminário Internacional de Verão de Museologia (SIEM) e até dois meses de estágio em museus franceses.

Serão selecionados três estudantes brasileiros, de cursos de mestrado ou doutorado, nas áreas de Museologia, História da Arte, Arqueologia, Antropologia e Etnologia, além de demais áreas de Humanidades, Ciências Sociais e cursos multidisciplinares com projetos vinculados à área museal. Uma das vagas será destinada a concorrência entre servidores do Ibram e as demais ao público em geral.

Os candidatos selecionados receberão auxílio para o período máximo de até noventa dias de estadia na França, que incluirá mensalidades para os três meses de intercâmbio, auxílio instalação, seguro saúde e auxílio deslocamento ou passagem aérea de ida e de volta em classe econômica para o trecho Brasil-França-Brasil.

Os valores das bolsas terão como base a Portaria nº 174 da CAPES, de 6 de dezembro de 2012, na modalidade Capacitação. A vaga destinada a servidor do Ibram seguirá a legislação federal relativa a afastamentos do país, podendo o servidor selecionado optar pelo afastamento do país com ônus limitado ou sem ônus.

O Ibram receberá inscrições via correio, que devem incluir toda a documentação exigida, no período de 25 de janeiro a 21 de março deste ano. Para mais informações, consulte a íntegra do edital ou envie e-mail para asint.selecao@museus.gov.br.


Seminário

Como parte do acordo com a Escola do Louvre, a Coordenadora Geral de Sistemas de Informação Museais do Ibram, Rose Miranda, ministrou, ao longo desta semana, o seminário A centralidade de informação para as políticas públicas de museus: a experiência brasileira. A atividade está inserida no curso de inverno oferecido pela Escola.

O seminário abordou os impactos dos projetos de informação aos mecanismos de monitoramento e de avaliação da Política Nacional de Museus (PNM). Rose Miranda apresentou um breve histórico da política, seus principais mecanismos normativos e sua configuração geopolítica. Também falou sobre os programas iMuseus e o Acervo em Rede e sobre os projetos Cadastro Nacional de Museus, Registro de Museus, de estudos de público e exposições brasileiras.




Cultura no Brasil



A cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia desse país sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc. Como resultado da intensa miscigenação e convivência dos povos que participaram da formação do Brasil surgiu uma realidade cultural peculiar, que inclui aspectos das várias culturas.

Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira, principalmente os de origem portuguesa. Durante 322 anos o país foi colónia de Portugal e houve uma transplantação da cultura da metrópole para as terras sul-americanas. Os colonos portugueses chegaram em maior número à colónia a partir do século XVIII, sendo já neste século o Brasil um país Católico e de língua dominante portuguesa.

As primeiras décadas de colonização possibilitaram uma rica fusão entre a cultura dos europeus e a dos indígenas, dando margem à formação de elementos como a Língua geral, que influenciou o português falado no Brasil, e diversos aspectos da cultura indígena herdadas pela actual civilização brasileira. A influência indígena faz-se mais forte em certas regiões do país em que esses grupos conseguiram manter-se mais distantes da acção colonizadora e em zonas povoadas recentemente, principalmente na Região Norte do Brasil.

A cultura africana chegou através dos povos escravizados trazidos para o Brasil num longo período que durou de 1550 a 1850. A diversidade cultural de África contribuiu para uma maior heterogeneidade do povo brasileiro. Os próprios escravos eram de etnias diferentes, falavam idiomas diferentes e tinham tradições distintas. Assim como a indígena, a cultura africana fora subjugada pelos colonizadores, sendo os escravos batizados antes de chegarem ao Brasil. Na colónia aprendiam o português e eram batizados com nomes portugueses e obrigados converter-se ao catolicismo. Alguns grupos, como os escravos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica, já traziam uma herança cultural e sabiam escrever em árabe e outros, como os bantos, eram monoteístas. Através do secretismo religioso, os escravos adoravam os seus orixás através de santos Católicos, dando origem às religiões afro-brasileiras como o Candomblé.

Os negros legaram para a cultura brasileira uma enormidade de elementos: na dança, música, religião, cozinha e no idioma. Essa influência faz-se notar em praticamente todo o País, embora em certas zonas (nomeadamente nos estados do Nordeste como Bahia e Maranhão) a cultura afro-brasileira seja mais presente.


Literatura


As primeiras manifestações literárias no país resumem-se basicamente à produção de textos narrativos sobre o país inseridos no contexto dos Descobrimentos.

A preocupação em produzir uma literatura genuinamente nacional começa a existir com a intenção nacionalista romântica, mas esta limita-se a buscar temáticas supostamente brasileiras (como o indigenismo e o regionalismo) e repetir as formas europeias. Algo semelhante ocorre com o Realismo e o Naturalismo, ainda que autores como Machado de Assis tenham sido considerados altamente inovadores.

Os vários movimentos modernos que explodem no início do Século XX (entre os quais destaca-se o antropofágico representado por Mário e Oswald de Andrade) têm por princípio rejeitar os valores europeus e buscar aquilo que é genuinamente nacional, digerindo a cultura estrangeira e devolvendo-a sintetizada à nacional.



Artes visuais


Até meados do século XIX a produção plástica das artes brasileiras possui pouco destaque, exceptuando o trabalho de Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde no Barroco mineiro. De mencionar ainda a produção de artistas estrangeiros que durante o período colonial estiveram no país registando as paisagens e hábitos locais, como Albert Eckhout.

A pintura brasileira do século XIX é bastante académica, altamente influenciada pelo trabalho da Missão Artística Francesa (da qual faziam parte nomes como Jean Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay). A referida Missão foi responsável pela criação da Escola Imperial de Belas Artes. Desse período, destacam-se as pinturas históricas de Victor Meirelles e Pedro Américo.



Música


Alguns dos géneros musicais populares originários do Brasil mais conhecidos são o Choro, o Samba, a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira. Como chorões podemos destacar Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Altamiro Carrilho. Exemplos de sambistas são Cartola e Noel Rosa. O maestro Tom Jobim, o poeta Vinícius de Moraes e João Gilberto, por outro lado, são nomes conhecidos ligados à Bossa Nova e cuja obra teve repercussão internacional, tendo sido gravada por nomes como Frank Sinatra e Stan Getz. Posteriormente à Bossa Nova, o movimento conhecido como Tropicália também teve um papel de destaque como música de vanguarda e experimental.

Mas o Brasil tinha também um papel importante na tradição clássica. Considera-se que o primeiro grande compositor brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, contemporâneo de Mozart e Beethoven. Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, adaptação do romance homónimo de José de Alencar, foi o primeiro compositor brasileiro a ter projecção internacional. No século XX destaca-se o trabalho de Heitor Villa-Lobos, responsável pela assimilação, por parte da música erudita, de diversos elementos da cultura popular, como os violões e determinados ritmos. Outros compositores importantes, na linha da música erudita são Guerra Peixe, Cláudio Santoro e Camargo Guarnieri. Na actualidade, destacam-se obras de compositores contemporâneos como Amaral Vieira, Edino Krieger e Osvaldo Lacerda.


Arquitectura


A arquitetura bandeirista e o barroco mineiro são consideradas por muitos estudiosos como expressões de estilos europeus que encontraram no Brasil uma manifestação e linguagem próprias, evidenciando-se das suas contrapartes metropolitanas. A primeira refere-se à produção realizada basicamente no que seria hoje o Estado de São Paulo, pelas famílias dos bandeirantes, inspirando-se numa estética próxima, ainda que bastante alterada, do maneirismo. A segunda corresponde a um tipo de barroco (ainda que muitos o considerem mais próximo do Rococó) representado especialmente pelas igrejas construídas por Aleijadinho.

A arquitectura brasileira teve o seu ponto culminante no movimento modernista, com a construção de Brasília, por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

A cultura brasileira é extremamente rica integrando as diversas influências recebidas do caldo de origens do povo brasileira que gerou uma “alma brasileira” tão única e original como imediatamente reconhecível nos sons, imagens, poemas e prosa brasileiros.





27.1.16

A Reversão de Equívocos Históricos


                                                                                 

por Ministro Juca Ferreira

Neste início de século, após décadas de equívocos de toda sorte, nossas cidades tornaram-se inóspitas, sinônimos de inchaços, de desigualdades, de baixa qualidade de vida, violência, gigantescos déficits habitacionais e de infraestrutura, de degradação do meio ambiente urbano, poluição de todo tipo e graves problemas de mobilidade. É triste, mas nossos rios urbanos viraram esgotos.

A ausência de uma reforma agrária que criasse condições de vida decente para as populações rurais associou-se a um projeto de desenvolvimento econômico concentrado em algumas regiões metropolitanas, baseado no estímulo ao consumo de bens duráveis e concentrando nas cidades a oferta de serviços básicos de saúde, educação e programas de habitação.

Tudo isto estimulou no brasil um vertiginoso processo de urbanização, principalmente a partir do golpe militar de 1964. A partir daí, a terra urbana virou uma mercadoria muito mais valiosa e a especulação imobiliária passou a reinar em nossas cidades. 

Em 1960, mais da metade da população brasileira estava vivendo no meio rural; dez anos depois, a equação se inverteu. Em pouco mais de 50 anos mais de 90% de nossa população passou a habitar o meio urbano.

Nossas ruas e espaços públicos estão deixando de ser espaços de sociabilidade, transformando-se em meros canais de tráfego; quando já não são, estão se tornando lugares perigosos, frequentemente feios e desagradáveis, que, hoje em dia, tentamos transpor o mais rapidamente possível. Só nos sentimos seguros quando abstraímos a cidade em nossas casas, ou em espaços artificiais, como os shopping centers, ou na virtualidade do ciber espaço de nossos celulares, computadores e televisões.

Urge um pensamento crítico sobre o caos instalado na urbe. Devolver a cidade ao cidadão, este é um dos nossos maiores desafios, devolver às nossas cidades a sua função de lugar que se organiza valorizando formas democráticas de convivência.

As cidades, em última instância, refletem estruturas sociais e opções culturais de uma sociedade. As políticas urbanas no brasil, tradicionalmente, têm secundarizado a dimensão cultural em seus modelos de desenvolvimento. Não temos como delinear outro imaginário urbano sem construir ao mesmo tempo um novo tecido de significados, de valores, de projetos coletivos em que todos os habitantes da urbes possam se reconhecer como agentes e parceiros.


Referência


Todos sabemos que as cidades americanas têm características bem particulares, em muitos aspectos bem distintas das cidades europeias que quase sempre tomamos como referência de vida urbana. Muito diferenciadas também são as urbanidades organizadas pelos povos anglo-saxões, pelos hispânicos e pelos lusitanos.
Em "Raízes do Brasil", um clássico na interpretação de nosso país, Sérgio Buarque de Holanda fortalece suas ideias sobre características culturais definidoras do que veio a ser a ocupação do espaço urbano segundo as colonizações portuguesa e espanhola.

Os portugueses, para Sérgio Buarque, teriam se pautado por um estilo semeador, aquele que ocupa o território jogando sementes ao léu, enquanto o modelo espanhol se aproximaria de um tipo que ele chama de ladrilhador, aquele que organiza os espaços com régua, ocupando o território com "método" e "racionalidade".

Os espaços urbanos não são só resultado da adaptação ao meio físico, são produto da cultura de um povo, reproduzem uma maneira de lidar com a vida material e intelectual ao longo de sua história.

Os portugueses não foram relaxados, procuraram se apropriar do relevo natural do solo e da geografia. Seguir a tradição de se posicionar no topo para não ser facilmente surpreendido pelo inimigo parecia aos portugueses algo mais sensato a considerar. É grande o número de cidades portuguesas construídas em terrenos acidentados. Estar no topo os posicionava melhor para enxergar o inimigos e aproximando desde longe. Eis aí uma outra lógica.

Fiz esse comentário para destacar que há diferentes maneiras de lidar com a urbe, no tempo e no espaço. As cidades são sempre o reflexo contraditório e conflituoso da cultura de um povo.

Assim também o é seu modelo de desenvolvimento. São produtos de muitas determinações e de circunstâncias históricas, políticas, sociais, econômicas e ambientais diversas, que interagem de uma maneira singular dando a cada centro urbano uma personalidade própria, inconfundível.

Temos de ter em mente que uma cidade é algo em permanente transformação. Sempre teremos que pensar a cidade do futuro a partir da cidade do presente, cujos erros e acertos não podemos ignorar.

Em muitos aspectos, as nossas cidades acumulam equívocos e distorções históricas. E esse deve ser o ponto de partida para o nosso enfoque mais urgente, a fim de que tais erros sejam neutralizados ou corrigidos. Muitos deles são mesmo de origem cultural, dizem respeito aos nossos valores, à nossa atitude pessoal, às nossas emoções, aos nossos sentimentos de competição ou de afetividade, aos nossos projetos de vida na família e no trabalho.

Não se pode negar que avançamos em alguns pontos. Aos poucos estamos forjando um novo entendimento a respeito das relações urbanas. Passamos por um processo de requalificação dos Planos Diretores das cidades de grande e médio porte e os ampliamos como ferramenta de gestão urbana para as pequenas cidades brasileiras. Já possuímos um Plano nacional de saneamento.

A aprovação do Estatuto das Cidades e a criação do Ministério das Cidades nos deu a impressão de que tínhamos atingido um ponto de mutação e que os temas urbanos estariam se tornando a pauta central da jovem democracia brasileira.

O Estado brasileiro dos últimos anos distribuiu renda, universalizou o acesso a muitas políticas públicas, realizou grandes investimentos em infraestrutura. Mas a verdade é que tais ações não resultaram numa reconfiguração democrática do nosso território.



Cidadania


Temos que reconhecer que ainda mantemos os velhos e mesmos modos de produção e reprodução do espaço urbano, apesar da consciência de cidadania e de direitos expressos por diversos movimentos sociais, por intelectuais e alguns políticos.

A política cultural que reorganiza a relação com a periferia não só concomitantemente constrói outra cultura política; ela já é, em si, resultado de uma outra visão sobre a ocupação das ruas e dos espaços públicos, de uma política voltada a superar modelos excludentes.

Movimentos sociais urbanos, em todo o brasil, principalmente nas grandes cidades, incomodados com este estado de coisas, vêm, nos últimos anos, se articulando em torno de agendas associadas ao direito à cidade. Em nome de um novo traçado urbano, que não seja produto da especulação imobiliária.

O que os une é sobretudo um desejo coletivo de remodelar os processos de urbanização em busca de mais qualidade de vida, acessível a todos, representada por melhores condições de acesso aos espaços públicos, à mobilidade urbana, à energia, moradia, saúde e educação.

Aos poucos estamos formando um novo entendimento a respeito da relação entre cidade, cultura e democracia. Sabemos que não há salvação para o planeta sem outra mentalidade e comportamento.

O engajamento cidadão pode vir a gerar o esperado ponto de mutação deste estado de coisas no meio ambiente urbano.

Somente a partir da participação da sociedade no planejamento e nas decisões sobre o fazer urbano poderemos ter esperança de ver nascer uma outra democracia, que estimule uma cidadania propositiva, impregnada de um sentimento de pertencimento, fruto de outra relação com a cidade.

 Está explicito nesses movimentos que mencionamos o desejo coletivo de barrar a degradação das nossas cidades. O que neles mais se nota é um genuíno desejo de influir nos destinos do lugar onde se vive. Eles são a sociedade assumindo protagonismo sobre seu território.

Não se pode negar que avançamos em alguns pontos. Aos poucos estamos forjando um novo entendimento a respeito das relações urbanas

Somente a partir da participação da sociedade no planejamento e nas decisões sobre o fazer urbano poderemos ter esperança de ver nascer uma outra democracia




25.1.16

Produção Cultural: Como fazer



Cortes de verba, projetos extintos, fechamento de galerias, centros culturais e teatros em vários cantos do Brasil, inclusive em BH. É inegável: o último ano foi ruim para o setor cultural. Entretanto, essa nunca foi uma área fácil de atuar. Os motivos? Falta de incentivo, espaço, oportunidade... O que fazer, então, para conquistar um lugar ao sol? Mesmo com o vento soprando contra, artistas de diferentes áreas, usando algumas estratégias, já conseguem sobressair no cenário mineiro.

Caso do grupo cultural Sobrilá. Ao invés de buscar por uma chance no mercado, os integrantes, literalmente, a criaram. Segundo Éder Reis, de 32 anos, a iniciativa surgiu após ser identificada uma carência cultural em Sabará, na região metropolitana.

O primeiro passo foi dado já com uma mostra, intitulada “Cá”, em julho de 2015. “A repercussão foi tão boa, que várias pessoas nos procuraram para fazer aula de teatro. A gente não esperava por isso. Logo de início, 70 pessoas de inscreveram”, conta Reis.

Hoje, o Sobrilá funciona como um centro cultural, que oferece também oficinas de balé, circo, cinema, pintura, canto, dentre outras modalidades.

Assim como a maioria dos atores, Reis está envolvido em outros projetos – uma maneira de tentar ampliar os lucros com a profissão. Um deles é a Cia Miúda de Teatro, criada por alunos do Centro de Formação Artística (Cefar) do Palácio das Artes, após desenvolverem as montagens “A Máquina de Fazer Espanhóis” e “19h45”. “Em março ou abril, vamos fazer a estreia oficial, com novas montagens”, adianta.

Com dez anos de atuação e apesar de otimista em relação ao futuro, Reis avisa: “infelizmente, ainda não é possível viver só da arte”. Contudo, ele incentiva os novatos. “Se tem amor, tem que correr atrás. Diria aos estreantes para estudar, fazer uma boa escola, workshops, oficinas. (...) E, em termos de aprendizado, a escola é o teatro, por isso, acho que começar por lá é melhor”, indica.



Artes visuais


O pintor Rafael Zavagli, de 34 anos, compartilha a opinião. Para ele, ainda que o cenário não seja dos melhores, os artistas visuais têm que acreditar em sua obra. “É preciso ser honesto em relação ao próprio trabalho; tem que bancá-lo acima de tudo e ser o mais autoral possível”, afirma.

Filho dos artistas plásticos Sandra Bianchi e Mário Zavagli, ele confessa que o apoio da família foi um facilitador. “Tive todo o material, que é caro para o artista, dentro de casa”. Ainda assim, dez anos depois de se formar na Escola de Belas Artes da UFMG, ter exposto no Rio de Janeiro, conseguir ser representado pela galeria Celma Albuquerque, ter realizado mostras individuais, entre outros feitos, Rafael assegura: “não estou satisfeito com o que ganho”.

Diante disso, a dica dele é trabalhar em atividades paralelas para se manter. “Dá para fazer coisas dentro da própria área, como, por exemplo, dar aula”, frisa.


O risco de mesmo quem persiste


“Não tem problema nenhum sonhar que vai ganhar na Mega-Sena, mas você não pode fazer a sua vida contando com isso. Na música, é mais ou menos por aí”. A afirmação é do músico Leo Moraes, de 44 anos. Em 1998, ele integrou o grupo Gardenais, que quase decolou nacionalmente. “Batemos na trave”, recorda.

Com um disco pronto, a banda viu o sonho desmoronar quando o produtor musical Tom Capone faleceu, em 2004. O Gardenais tinha acabado de marcar uma reunião com Capone para discutir o lançamento do disco. “A frustração foi grande, porque tinha uma gravadora famosa interessada em nós. Depois, pensamos que outra iria se interessar, mas isso não aconteceu”, conta Moraes.

Hoje, ele é guitarrista e vocalista do Valsa Binária – criado em 2009 –, mas diz não ter mais a ilusão de ser descoberto. “Isso acontece com poucos. Quem trabalha com música precisa entender a realidade da profissão. Mesmo artistas que estão bombando, às vezes, precisam complementar a renda com trabalhos paralelos”, afirma.

Para ele, não existe mais uma receita do sucesso. “Antigamente, era um caminho natural, fechar com gravadora, fazer CD, shows... Hoje, não existe mais aquele grande momento de definição. Cada um faz um caminho”, considera Moraes, que é dono da casa de shows A Autêntica e do estúdio Pato Multimídia, dos quais tira a sua maior renda.


Bancar o próprio livro


Um grande desafio para os artistas, sem dúvida, é conseguir a primeira oportunidade na carreira. A escritora Bruna Kalil Othero, de 20 anos, sabe bem disso. Ela acaba de estrear no mercado com o livro “POÉTIQUASE”. “Antes, mandei meus originais para algumas editoras e elas me responderam dias depois com um orçamento. Diziam que ia custar ‘tanto’, como se eu fosse comprar o serviço. Fiquei assustada”, relata. Bruna não conhecia ninguém no meio até que a editora Letramento resolveu investir na jovem.

Vencedora do prêmio Sarau Brasil, com o poema “Agora Nesse Quarto”, Bruna aconselha a quem está começando a concorrer em editais. “É um diferencial”. Ela, afirma, contudo, que é importante o escritor procurar outras formas de sobrevivência. “O brasileiro ainda lê pouco. Não tenho a ilusão de que vou pagar as minhas contas só fazendo isso. A não ser que eu fique famosa. E isso não é questão de sorte, nem talento; mas de ter contatos e conseguir ser publicado por uma editora famosa”.

A jovem sabe: o livro on-line é uma forte tendência, porém diz não abrir mão do papel. Visão diferente de J. Cláuver, de 76 anos. “Antes, eu tinha leitores só em BH e na Serra do Cipó, onde vivo. Depois que lancei o livro digital, ele começou a chegar no mundo todo, do Ceará à Polônia... Faço divulgação também no meu blog, Facebook e Twitter. É incrível o alcance”, destaca ele, que se lançou como escritor em 2009, após se aposentar como militar.

Já João Gabriel Furbino, de 26 anos, recomenda aos iniciantes investirem em assessoria de imprensa. “Foi o que facilitou para mim. A divulgação do meu livro em Minas foi boa”, diz. O jovem é outro que entrou no ramo literário em 2015, quando lançou o primeiro livro, “No Meio da Rua”. Para ele, que sonha viver da carreira de escritor, já foi uma vitória o livro conseguir se pagar.

A gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado (FCS), Uiara Azevedo, destaca que uma forma alternativa de ser visto é por meio das redes sociais. “A internet impulsiona demais o trabalho. Hoje, temos o Instagram, por exemplo, que é para postar fotos e muita gente acaba compartilhando”, orienta.

Outra dica é desenvolver um bom portfólio, no qual seja possível identificar a linha de trabalho do artista. “O mercado tem crescido e podemos atribuir muito disso à abertura do Inhotim e do CCBB, à qualificação das galerias e à maior preocupação das instituições em trazer grandes mostras e feiras de artes”, diz Uiara. Ela avisa, porém, que os jovens devem ter paciência, pois, em geral, apenas artistas consolidados conseguem viver só dessa profissão. “Até chegar lá, é um percurso demorado”.

Enquanto isso, uma boa dica é se inscrever em editais. A própria FCS, por exemplo, está com inscrições abertas, até o dia 29 deste mês, para ocupação das galerias do Palácio das Artes e da Câmera Sete. Serão selecionadas cinco propostas, podendo se inscrever artistas e coletivos. O resultado será divulgado em 23 de fevereiro. Mais informações no fcs.mg.gov.br.







24.1.16

Museus: Emoção e Aprendizagem



(...) Alguns valores essenciais que dizem respeito aos museus estão na base do ensinamento freiriano A idéia de “museu-fórum”, local aberto, livre de discriminações, atento às necessidades do seu público usuário, está em consonância com o pensamento do educador sobre a importância do diálogo e do respeito no processo educativo.

Estes preceitos pretendem transformar educadores e educandos, garantindo-lhes o direito à autonomia pessoal na construção de uma sociedade democrática, que a todos respeita e dignifica. Entre os princípios básicos apregoados por Freire estão a ética, o respeito pelos saberes do educando e o reconhecimento de sua identidade cultural, a rejeição a toda e qualquer forma de discriminação, a reflexão crítica da prática pedagógica, o saber dialogar e escutar; o ser curioso e alegre no ato de educar.


Freire se reporta constantemente à importância da cultura como invenção do homem, à autonomia de poder escrever sua própria história. Pelo dom de conhecer, o ser humano constrói sentidos, significações e símbolos. O modo como o indivíduo capta e interpreta a realidade vai determinar sua relação com o mundo na sua pluralidade de significados. É na cultura que o sujeito vai encontrar os primeiros elementos para a consolidação de discernimentos e, neste sentido, os museus podem exercer um papel importante ao oferecer aos seus visitantes/usuários a possibilidade de construir novos entendimentos sobre a sua própria cultura e também sobre a de outros povos.

Um dos exemplos atuais da aplicação das idéias de Freire aos museus, no caso aos museus de história, é a metodologia do “objeto gerador” – transfiguração do conceito de “palavra geradora” de que falava o educador –, definida e levada à prática pelo historiador Francisco Régis Lopes Ramos, diretor do Museu do Ceará. O trabalho com o “objeto gerador” envolve exercícios que enfocam a experiência cotidiana do visitante do museu, na perspectiva de uma “pedagogia da provocação”: a partir do vivenciado, gera-se um “debate de situações-problemas”. Ramos relata que, quando há comparações entre objetos do passado e do presente, a noção de historicidade – qualidade ou condição do que é histórico – começa a ser trabalhada de modo mais direto.

O desafio dessa metodologia de aprendizagem no museu é conseguir usar a sensibilidade e a provocação como matérias-primas para novas percepções. Para tanto, as exposições devem ser capazes de estimular o interesse e a curiosidade do visitante por meio da emoção. 

Na metodologia da “palavra geradora”, Freire parte de uma situação familiar relacionada à realidade do educando para o entendimento do mundo. Na abordagem do “objeto gerador” – utilizado para o ensino de História –, também é necessário iniciar o contato e o diálogo pela experiência pessoal do visitante, por meio de objetos do seu uso cotidiano, para então discutir objetos de outras culturas e épocas.

Para problematizar uma questão no contexto do museu, é fundamental que a exposição – e também os profissionais encarregados da mediação, como guias e professores, entre outros – seja capaz de relacionar os temas e objetos nela contidos a situações, experiências e objetos familiares aos visitantes. Aprender em museus deve ser uma experiência espontânea e, portanto, prazerosa. 

Visitar instituições museológicas é um hábito a ser cultivado, se possível desde cedo, pois estes locais estimulam a curiosidade e o desejo de conhecimento. Não existe uma maneira preconcebida de se visitar um museu: cada pessoa deve usar a criatividade e criar sua própria relação com estes espaços plenos de História e histórias. Ao ampliarmos nossa visão de mundo, aprendemos a apreciar e respeitar outros povos e culturas.


DENISE C. STUDART é coordenadora do núcleo de estudos de público 
e avaliação do Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (RJ).








23.1.16

O Papel da Cultura



Ao tratar do conceito de cultura, a sociologia se ocupa em entender os aspectos aprendidos que o ser humano, em contato social, adquire ao longo de sua convivência. Esses aspectos, compartilhados entre os indivíduos que fazem parte deste grupo de convívio específico, refletem especificamente a realidade social desses sujeitos. Características como a linguagem, modo de se vestir em ocasiões específicas são algumas características que podem ser determinadas por uma cultura que acaba por ter como função possibilitar a cooperação e a comunicação entre aqueles que dela fazem parte.


A cultura possui tanto aspectos tangíveis - objetos ou símbolos que fazem parte do seu contexto - quanto intangíveis - ideias, normas que regulam o comportamento, formas de religiosidade. Esses aspectos constroem a realidade social dividida por aqueles que a integram, dando forma a relações e estabelecendo valores e normas.

Esses valores são características que são consideradas desejáveis ou indesejáveis no comportamento dos indivíduos que fazem parte de uma cultura, como por exemplo o princípio da honestidade que é visto como característica extremamente desejável em nossa sociedade.

As normas são um conjunto de regras formadas a partir dos valores de uma cultura, que servem para regular o comportamento daqueles que dela fazem parte. O valor do princípio da honestidade faz com que a desonestidade seja condenada dentro dos limites convencionados pelos integrantes dessa cultura, compelindo os demais integrantes a agir dentro do que é estipulado como “honesto”.



Cultura e diferença


As normas e os valores possuem grandes variações nas diferentes culturas que observamos. Em algumas culturas, como no Japão, o valor da educação é tão forte que falhar em exames escolares é visto como uma vergonha tremenda para a família do estudante. Existe, então, a norma de que estudar e ter bom desempenho acadêmico é uma das mais importantes tarefas de um jovem japonês e a pressão social que esse valor exerce sobre ele é tão forte que há um grande número de suicídios relacionados a falhas escolares. Para nós, no entanto, a ideia do suicídio motivado por uma falha escolar parece ser loucura.

Mesmo dentro de uma mesma sociedade podem existir divergências culturais. Alguns grupos, ou pessoas, podem ter fortes valores baseados em crenças religiosas, enquanto outras prefiram a lógica do progresso científico para compreender o mundo. A diversidade cultural é um fato em nossa realidade globalizada, onde o contato entre o que consideramos familiar e o que consideramos estranho é comum. Ideias diferentes, comportamento, contato com línguas estrangeiras ou com a culinária de outras culturas tornou-se tão corriqueiro em nosso dia a dia que mal paramos para pensar no impacto que sofremos diariamente, seja na adoção de expressões de línguas estrangeiras ou na incorporação de alimentos exóticos em nossa rotina alimentar.



Cultura em mudança


Uma cultura não é estática, ela está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos por seus integrantes. Valores que possuíam força no passado se enfraquecem no novo contexto vivido pelas novas gerações, a depender das novas necessidades que surgem, já que o mundo social também não é estático. Movimentos contraculturais, como o punk ou o rock, são exemplos claros do processo de mudança de valores culturais que algumas sociedades viveram de forma generalizada.

O contato com culturas diferentes também modifica alguns aspectos de nossa cultura. O processo de aculturação, onde uma cultura absorve ou adota certos aspectos de outra a partir do seu convívio, é comum em nossa realidade globalizada, onde temos contato quase perpétuo com culturas de todas as formas e lugares possíveis.







22.1.16

Vale Cultura



O Vale-Cultura dá oportunidade para que mais pessoas tenham acesso a espetáculos, shows, cinema, exposições, livros, música, instrumentos musicais e muito mais. Se você é um trabalhador com carteira assinada, procure a sua empresa e peça o seu.

O que é o Vale-Cultura?


É um benefício de R$ 50,00 mensais concedido pelo empregador para os trabalhadores. É cumulativo e sem prazo de validade, e só pode ser usado para comprar produtos ou serviços culturais, em todo o Brasil.


Por que o Ministério da Cultura criou o Vale-Cultura?


O acesso à cultura estimula a reflexão e a compreensão da realidade, além do respeito à diversidade, o reconhecimento da identidade e a plena cidadania. Tudo isso é uma melhoria na qualidade de vida de todos os brasileiros. O Vale-Cultura também fomenta o crescimento da produção cultural em todo o Brasil.


Quem pode receber o Vale-Cultura?


Todos os trabalhadores que tenham vínculo empregatício formal com empresas que aderiram ao programa. O foco são aqueles que recebem até cinco salários mínimos, para estimular o acesso à cultura aos cidadãos de baixa e média renda.


Quem fornece o Vale-Cultura?


São as empresas empregadoras que fornecem este benefício aos seus empregados. Elas são chamadas de "empresas beneficiárias".


Quem aceita o Vale-Cultura como forma de pagamento?


O Vale-Cultura é aceito por uma rede de cerca de 40 mil empresas em todos os estados do país, inclusive lojas virtuais. Apenas empresas que comercializam produtos e serviços culturais podem se habilitar como recebedoras. Elas são chamadas de "empresas recebedoras".


Como este dinheiro chega ao trabalhador?


O valor do Vale-Cultura é creditado por meio de cartão magnético pré-pago, emitido por uma operadora de cartão.


O Vale-Cultura é uma bolsa oferecida pelo Governo Federal?


Não. O Vale-Cultura é um benefício trabalhista, assim como o auxílio-alimentação ou o auxílio-transporte. São as empresas que arcam com a sua oferta para os seus empregados. Não se trata de uma bolsa, nem é o Governo que concede o Vale-Cultura.


O que a empresa que concede o benefício ganha com o Vale-Cultura?


Além de reforçar o seu compromisso com o bem-estar de seus trabalhadores, a empresa pode agregar valor ao salário sem incidência de encargos sociais e trabalhistas. E as empresas tributadas com base no lucro real poderão deduzir até 1% do imposto de renda se concederem o Vale-Cultura a seus empregados.


Os servidores públicos podem ser beneficiados?


A legislação não veda a participação de servidores públicos, mas, para que eles tenham direito ao benefício, deve haver uma iniciativa de cada município, estado ou da União na adoção de medidas próprias. Basta que se inspirem no modelo do programa e aprovem uma legislação para regulamentar o seu próprio Vale-Cultura.


O Vale-Cultura é extensivo aos aposentados pela Previdência Social?


Neste caso, não é possível identificar vínculos trabalhistas diretos, de modo que não há o agente empregador que possa conceder o benefício, conforme formatação do programa.


Os estudantes podem receber o Vale-Cultura?


Se o estudante tiver algum vínculo empregatício formal e se seu empregador tiver aderido ao programa e houver mútuo interesse, sim. No entanto, a concessão se dá pela relação de trabalho e não pelo fato de ser estudante.


Um trabalhador pode receber o Vale-Cultura sem que a empresa onde trabalha tenha feito adesão junto ao Ministério da Cultura?

Não. Para que o trabalhador possa receber o Vale-Cultura, é necessário que haja a adesão do empregador por meio de credenciamento junto ao Ministério da Cultura. Peça à sua empresa!









21.1.16

Viabilizando um Projeto



Oi Gente, tudo bem?

Aqui pelo interior do país, depois do meu estágio na grande cidade, vejo que o grande problema no setor cultural é manter um projeto. 

Ideias existem muitas, afinal nas pequenas comunidades, onde as pessoas tem como fonte de informação cultural a tevê e outras mídias. 

Ainda assim falta aprender a caminhar em outros segmentos do setor, como a produção de eventos e operação de aparelhos para garantir a qualidade do produto final.

Pra isso, trouxe hoje para o Pontos e Contos dos muitos modelos à disposição. Estou falando de uma das pinacotecas da cidade de São Paulo. 

O site fonte desta pesquisa é o www.pincoteca.org.br




Seja amigo da pinacoteca


A Pinacoteca do Estado, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, recebe aproximadamente 500 mil visitantes e exibe cerca de 30 exposições anualmente. E mais: ela publica catálogos de suas mostras e produz materiais educativos; realiza seminários e palestras a partir de suas áreas técnicas; A Pinacoteca tem seu próprio laboratório de Conservação e Restauro e é o único museu no Brasil com uma Galeria Tátil desenvolvida pelo Núcleo de Ação Educativa, que permite visitação autônoma para deficientes visuais. Todas essas realizações são possíveis graças à colaboração dos nossos Amigos e patrocinadores.


O que é?


O Programa de Amigos da Pinacoteca foi criado para que você se envolva com um dos museus mais importantes do Brasil sendo parceiro de suas atividades e de seus programas educativos. Ele contempla diferentes categorias de doação onde você escolhe o valor mais compatível com seus interesses. É a melhor maneira de apoiar o museu que você quer ver e deixar sua contribuição como um importante legado para a cultura do nosso país.


Como eu me torno amigo?


Qualquer pessoa física pode se tornar Amigo da Pinacoteca. O cadastro e pagamento podem ser feitos presencialmente no museu, no site da Pinacoteca. Para transferência bancária, por favor, entre em contato com Juliana Asmir pelo telefone 11 3324-1008 ou e-mail amigosdapinacoteca@pinacoteca.org.br 


Sim, eu posso abater do IR!


A Lei Federal de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) prevê que pessoas físicas possam fazer investimentos em projetos culturais permitindo o abatimento de Imposto de Renda. Nossas exposições e projetos culturais são aprovados e incentivados pelo Ministério da Cultura e estão aptos a receber sua contribuição. Você poderá usufruir deste beneficio fiscal nas doações a partir de R$600 considerando que o valor do abatimento para pessoa física é de 6% do valor apurado na declaração.

Para os interessados no abatimento em 2016 a doação deverá ser feita até no máximo dia 30 de dezembro de 2015. 


Quer participar do Conselho de Administração da Pinacoteca?


Os Amigos da categoria Cultura podem integrar o quadro associativo e colaborar ativamente na realização dos objetivos da associação, participando com voz e voto nas assembleias de associados. Os interessados que manifestem este desejo, passarão por analise e aprovação final da adesão determinada pelo conselho de administração, conforme determina o estatuto social.

Para outras formas de contribuição entre em contato com Juliana Asmir pelo telefone 11 3324-1008 ou pelo e-mail amigosdapinacoteca@pinacoteca.org.br.

Para conhecer as categorias Faça sua doação agora
Clique aqui e faça sua simulação de abatimento no imposto de renda.

* Em caso de desistência da assinatura não haverá reembolso.






20.1.16

Centros Culturais




Centros culturais são espaços que conservam, difundem as artes e expõem testemunhos materiais produzidos pelo homem. No Brasil, há 2.500 centros culturais, entre museus, teatros e bibliotecas, que mantêm acervos e exposições. Com eles o cidadão entra em contato com diversas manifestações artísticas e pode desenvolver um olhar mais crítico sobre a cultura e outros aspectos de seu cotidiano.
Museus

Entre os principais museus do país estão o Museu de Arte de São Paulo (Masp) -- o mais importante da América Latina -- e o Museu da República, no Rio de Janeiro, localizado no Palácio do Catete, sede do Estado brasileiro até 1960. 

Para estimular a criação e a manutenção de museus e centros culturais e ajudar a preservar o patrimônio cultural brasileiro, foi criado em 2009 o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). A entidade desenvolve ações educativas e de inclusão social nesses espaços, utilizando o patrimônio cultural como ferramenta de interação.


Galerias


As galerias são espaços amplos, normalmente com várias salas, que expõem e às vezes vendem obras de arte. A Caixa Cultural, por exemplo, entre outras atividades, promove exposições de artes plásticas nos diversos estados que contam com esse espaço, como Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.



Em Brasília, destaca-se a Galeria Fayga Ostrower, que faz parte do Complexo Cultural da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Em São Paulo, a Galeria Olido é uma das mais conhecidas da cidade. Seu espaço expositivo se especializou em exibições fotográficas, e há também cinema e sala de apresentações de dança. No Brasil, a Funarte seleciona anualmente projetos de artistas para incluí-los na programação de suas galerias. Trata-se do Projeto Galerias, sobre o qual você pode se informar no site da Funarte.

O Banco do Brasil também disponibiliza ambientes exclusivos direcionados para a cultura. Chamados de Centros Culturais Banco do Brasil (CCBB),esses espaços são multidisciplinares e oferecem programação regular com qualidade e diversidade, a preços acessíveis.






Teatros


Entre os principais teatros do Brasil estão o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado em 1909, e o Teatro Municipal de São Paulo, que abriu suas portas dois anos depois. No Norte, o Teatro Maria Sylvia Nunes foi erguido no antigo cais do porto da cidade de Belém, no Pará. Seu nome homenageia uma das principais personalidades do teatro paraense.

Na Bahia, destaca-se o Teatro Castro Alves, que antes mesmo de ser inaugurado, em 1967, sofreu um incêndio. A casa de espetáculos já realizou shows com grandes nomes da música brasileira e hoje segue levando cultura à população. Conheça outros teatros brasileiros no site do Centro Técnico de Artes Cênicas (CTAC).


Casas de cultura e bibliotecas


As casas de cultura reúnem diversas atividades e manifestações artístico-culturais em um só espaço, como música, teatro e literatura, além de muitas vezes promover oficinas e cursos ligados às artes e contar com bibliotecas.

Em São Luís, no Maranhão, por exemplo, a Casa de Cultura Josué Montello (CCJM) tem entre seus espaços um salão de exposição permanente, salas de leitura e de periódicos, área de convivência para apresentações musicais e teatrais e um auditório para cursos, palestras e exibição de filmes.

Em Porto Alegre, a Casa de Cultura Mario Quintana tem espaços voltados para o cinema, a música, o teatro e a dança. Como forma de homenagear personalidades que se destacaram na cultura do Rio Grande do Sul, alguns desses ambientes são batizados com nomes de artistas renomados. Entre eles estão o Espaço Elis Regina e a Biblioteca Érico Verissimo.

As bibliotecas, aliás, são um tipo de centro cultural bastante acessível aos cidadãos. Com a internet e as novas tecnologias, muitas obras estão disponíveis na rede. É o caso da Fundação Biblioteca Nacional, que em seu site oferece, entre outros itens do acervo, obras raras, mapas antigos e ilustrações, tudo ao alcance do internauta.


Estímulo a manifestações artísticas


As artes visuais, a música, o teatro, a dança e o circo brasileiros contam com a ação da Funarte, órgão do Estado brasileiro que incentiva a produção e a capacitação de artistas, o desenvolvimento da pesquisa e a formação de público para essas áreas no Brasil. Informações sobre projetos de incentivo podem ser encontradas na Funarte.