Museu da Tortura - Amsterdã



Desde que assisti ao filme “O Poço e o Pêndulo” no ensino médio passei a me interessar pelo tema da Inquisição. Procurando por mais produções sobre o assunto, acompanhei a novela “Xica da Silva”, li o “Memorial do Convento” de Saramago e, quando estava morando em Sevilla descobri a película “Os Fantasmas de Goya“, com Javier Barden.

Porém mais interessante que ler ou assistir a ficções que retratam esse terrível episódio da hístoria, é poder vê de perto os instrumentos de tortura utilizados pelos inquisidores. O primeiro museu que pude conferir sobre a Inquisição foi na cidade de Córdoba, na Espanha, fiquei perplexo com o que vi. Depois em Lima, capital do Perú, pude ver outro, mas achei fraco. Já o terceiro, situado em Amsterdam, embora tivesse muitas coisas que eu já havia visto no primeiro, foi o mais “terrível” de todos.




Localização e Preço


O Torture Museum fica próximo à estação de tram Koningsplein, do lado oposto ao Flower Market (mercado de flores). É muito fácil chegar, pois além de ser centralizado, há placas por todo centro de Amsterdam indicando a direção e quantos metros faltam. O endereço exato é: Singel 449.

Os museus da capital holandesa são muito caros, por isso mesmo escolhi bem os que eu queria ver, os quais por sorte tinham preços mais acessíveis: o anexo secreto de Anne Frank (13 euros) e o da Tortura (7 euros).



Instrumentos de Tortura da Inquisição


Logo na entrada, a iluminação, a decoração e a trilha sonora dão mostras de que você não sairá ileso. Para ficar ainda mais interessante, todos os instrumentos expostos possuem uma descrição em vários idiomas e também uma imagem em desenho ilustrando como a ferramenta era utilizada. Colocarei aqui apenas os instrumentos diferentes do post do museu de Córdoba. Comecemos então pelo “Violino”.

Para os maus músicos de plantão, o instrumento apertava o pescoço e também as duas mãos, enquanto eram ridicularizados na rua.

Para as adúlteras ou bobos, a máscara da vergonha era feita de ferro ou latão, e o condenado só podia sair à rua usando-a. Já o cinto de castidade era colocado nas mulheres consideradas assanhadas, ou naquelas em que os maridos eram viajantes, como também posto em viúvas.



A Família Alemã

Quando eu já estava em estado de assombro com tudo o que via, entrou uma família alemã com dois ou três filhos que possuíam uma deficiência, a qual não saberia especificar. No entanto, o que acontecia é que os filhos – que já eram adolescentes – gritavam o tempo todo, faziam barulho e quando iam falar saia um grunhido em alemão agonizante.

Já com um pouco de medo, passei a me assustar ainda mais, cada grunhido era um susto. Tinha momentos em que bastante concentrado, de repente ouvia o som fantasmagórico de um dos adolescente. Essa família alemã tornou o museu numa verdadeira casa do terror. Mas mesmo assim, continuei a reparar nos instrumentos.

E um que me chamou especialmente a atenção foi a ferramenta utilizada para calar a boca dos fofoqueiros.






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