Casa da Marquesa de Santos - RJ



Joia arquitetônica do Rio de Janeiro e do Brasil, a Casa da Marquesa de Santos foi presente do Imperador D. Pedro I para Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, em 1827. Raro exemplar arquitetônico do século XIX, é uma das primeiras edificações tombadas pelo IPHAN, em 1938. Projetada por Jean Pierre Pézerat, arquiteto do Imperador, é adornada com pinturas decorativas de Francisco Pedro do Amaral e trabalhos em estuque dos irmãos Ferrez. A Casa da Marquesa apresenta uma aura graciosa e romântica, mesclando temas do universo feminino com o universo neoclássico.

A Casa está sendo restaurada e em seu novo projeto museográfico contemplará o contexto histórico em que foi construída, a história de seus usos, dos seus moradores e, claro, a história da própria Marquesa, tornando-se um lugar de memória e contemplação. Da conceituação do uso público da Casa da Marquesa para o século XXI surge a visão do projeto do Museu da Moda Brasileira, que será construído em terreno contíguo ao prédio.



A primeira etapa da obras de restauro da Casa da Marquesa de Santos teve coordenação da Espírito Santo Cultura, com a execução das obras feita pela Concrejato Engenharia e o patrocínio de R$ 4,1 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). O trabalho vem sendo acompanhado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), órgão de preservação da Secretaria, e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 



O acervo


O Museu da Moda Brasileira será o primeiro museu brasileiro dedicado ao universo dos costumes e da moda no Brasil. Em um conceito inclusivo e aberto, os acervos permanentes reunirão peças do cotidiano à alta costura, do passado ao futuro e da moda de todos nós. Além disso, o Museu promoverá exposições temporárias, itinerantes e receberá exposições internacionais.

Esta coleção parte da própria Casa da Marquesa como a peça número 1 deste acervo, contando também com objetos e acessórios do século XIX. Pretende, ainda, mostrar coleções como: moda praia, moda urbana, festas tradicionais, joias brasileiras, depoimentos da velha guarda da costura, banco de imagens, ícones brasileiros e moda brasileira de todos os tempos.




O Projeto


O Museu da Moda Brasileira é um projeto da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, em parceria a Fundação Getúlio Vargas. Ele apresentará a moda como elemento fundamental da identidade cultural do país, ao constituir um espaço para a preservação do patrimônio, reflexão e educação. Relacionando a moda à arte, às ciências e à tecnologia, o Museu da Moda Brasileira tem como objetivos difundir a moda como bem cultural e constituir-se em um espaço especializado de conservação, pesquisa, formação e difusão da moda do Rio de Janeiro e do Brasil. O Museu pretende, ainda, integrar o “fazer moda” ao ”fazer museu” e tornar-se referência nacional e internacional, registrando a história deste fazer no país.

Está em curso a elaboração de um amplo programa do futuro Museu da Moda, que será instalado em terreno contíguo à Casa da Marquesa. Este espaço contará com salas de exposições de longa duração e temporárias, do Brasil e do mundo, área para cursos livres de formação em moda, biblioteca, teciteca, banco de modelagens e serviços considera- dos relevantes para o desenvolvimento da inovação do setor. Terá, ainda, área e reserva técnicas, pioneiras no país na conservação de têxteis. Um auditório abrigará congressos, conferências, seminários e apresentações. Haverá também um espaço para eventos de lançamentos de moda, além de restaurante, café e livraria.



Histórico


A Casa da Marquesa de Santos está situada no bairro Imperial de São Cristóvão. É o solar que pertenceu à Marquesa de Santos, que ali viveu entre 1827 e 1829. 

O romance de Dom Pedro I e Domitila de Castro e Melo, a Marquesa de Santos, iniciou-se em 1822 e durou sete anos. O imperador adquiriu um terreno com duas chácaras, bem próximo da residência real, no Paço de São Cristóvão, atual Quinta da Boa Vista.

A história da propriedade do solar remonta ao ano de 1826, quando o imperador Dom Pedro I adquiriu o terreno que abrigava um prédio de dois pavimentos e designou o arquiteto francês Pierre-Joseph Pézerat para conceber um novo projeto arquitetônico para o imóvel.

A reforma e adaptação do antigo casarão colonial que ali existia fizeram surgir um palacete em estilo neoclássico, graças ao arquiteto do Imperador. As pinturas decorativas foram confiadas a Francisco Pedro do Amaral, aluno de Debret.

A mitologia greco-romana, nos baixos-relevos, dá o tom nas decorações no exterior da casa e nos forros dos salões superiores, sendo atribuídos aos irmãos Marc e Zephirin Ferrez, escultores da missão artística francesa. A maioria das janelas e portas do solar possui bandeiras de vidro, com caixilhos decorados na forma de corações, conferindo um ar de romantismo à casa. Os assoalhos são de madeira brasileira trabalhada.

Entre 1827 e 1829, o Palacete do Caminho Novo, que mais tarde se tornou conhecido como Solar da Marquesa, foi cenário do romance vivido pelo Imperador e a Marquesa de Santos.

Da Quinta da Boa Vista, residência do Imperador, Dom Pedro podia avistar o solar. Na fachada interna, duas escadarias, em um elegante desenho de curvas sinuosas, conduzem a um agradável jardim com um largo cercado de árvores frondosas.

Em 1829, o romance de Dom Pedro I e a Marquesa de Santos chega ao fim. O solar, então, é vendido. Ao longo do século XIX, passa por vários proprietários, entre eles o barão de Vila Nova do Ninho - que o reforma e imprime na fachada a data de 1851, como marco da reinauguração - e o barão de Mauá, que lá reside entre 1869 e 1882, sendo responsável por novas adaptações, inclusive as sobreposições de pinturas na sala de música, no piso superior.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1938, o prédio constitui a principal riqueza do museu, guardando em seus belos salões decorados, lembranças do período imperial.


EQUIPE 


Diretora
Márcia Bibiani

Coordenadora de acervo e conteúdo
Michelle Kauffmann Benarush

Assistente de acervo
Daniela Ejzykowicz

Estagiária
Thais Pucu


Av. Pedro II, 293
São Cristóvão - Rio de Janeiro
Tel: (21) 2216 8500/R: 206 e 267
E-mail:casadamarquesa@cultura.rj.gov.br