29.2.16

Cultura Norte Americana




Para uma referência do que seja viver nos Estados Unidos, mas precisamente falando, em Orlando, pesquei no blog Mudei Pra Orlando.com algumas informações sobre a cultura norte americana.

Vamos lá?


por Rodrigo e Cristiane Cerveira.


Cresci ouvindo que americano era um povo mal educado, frio, que usavam calça jeans para trabalhar e comiam de boca aberta. Após quase 13 anos morando nos EUA, posso dizer com muita propriedade: Os americanos são e muito educados!

Claro que toda regra há uma exceção, mas de modo geral, os americanos são muito educados sim, talvez não como os franceses ou ingleses do século passado, mas vou confessar que aprendo com eles todos os dias no quesito boas maneiras.



Então, quero aproveitar esse post para lhe mostrar 20 hábitos dos americanos que fazem a política de boas maneiras pairar por aqui, me fazendo admirar cada dia mais esse país.

1 – Americano SEMPRE usa as palavras mágicas : Por favor, com licença, e obrigado. Eles usam isso o tempo todo, por qualquer motivo e de forma muito acolhedora para TODOS que lhe atendem de alguma forma.

2 – Americano sempre te cumprimenta cordialmente quando você olha para ele, mesmo ele não tendo ideia quem você seja.

3 – Americano entende que todas as profissões são dignas e por isso as pessoas merecem respeito independente da função exercida.

4 – Americano chama as pessoas pelo nome, mesmo sendo o garçom, o caixa do supermercado ou o vendedor de sorvetes, porque eles entendem que isso é uma forma de respeitar as pessoas.

5 – Americano trata todas as pessoas com educação. Aliás, uma coisa que eu notei aqui, é que quanto mais rico eles são, mais eles tratam as pessoas com gentileza e cordialidade.

6 – Americanos sempre elogiam. As mulheres quando gostam de sua roupa, acessório ou o que for elas dizem que gostaram mesmo nunca tendo visto você na vida. Por exemplo, elas costumam dizer: I love your shoes ! (Adorei os seus sapatos!) Eles também sempre elogiam o seu trabalho, com um Good Job! (Bom trabalho) e destacam alguma coisa que gostaram no que você fez.

7 – Americano sempre te recompensa pelo seu esforço, com a cultura e mentalidade de que trabalhando duro você pode alcançar todos os objetivos. Ou seja, preguiçoso aqui não vai pra frente.

8 – Quando americano precisa lhe dizer alguma coisa que você poderá não gostar ele iniciará a frase com: I am so sorry to say,  but… (Eu sinto muito lhe dizer, mas… )

9 – Americano não tem o costume de gritar ou falar alto nem na rua e nem dentro de um ambiente fechado.

10 – Americano não espera obter vantagem em nenhuma situação de você, muito pelo contrário, ele sempre tenta te ajudar. A cultura é sempre abençoar, e nunca explorar.

11 – Americano não fura fila, e nem empurra as pessoas para chegar mais rápido onde deseja ir. E se precisar passar por você irá lhe pedir licença.

12 – Americano não encosta em você, e se fizer por acaso, imediatamente irá lhe pedir desculpas. Eles respeitam e muito um espaço de privacidade ao seu redor.

13 – Até que se prove o contrário, a boa-fé sempre prevalece e eles não veem motivo nenhum para desconfiar do que você está dizendo.

14 – Americano é 8 ou 80. Dar um jeitinho aqui não é visto com bons olhos. (Nem no Brasil, não é mesmo?!)

15 – Americano respeita as pessoas, respeita seus idosos, e seus heróis da pátria.  Policiais, bombeiros e membros das forças armadas sempre são homenageados em todos os lugares onde eles vão, mesmo que seja um simples: Thank you for your service ( Obrigado pelo seu serviço); e eles também tem preferência nas filas, inclusive nos embarque aéreos das companhias americanas.

16 – Americano não chega de surpresa na sua casa ou no seu escritório. Eles sempre marcam hora para falar com você, e o mais incrível: Eles chegam no horário!

17 – Eventos americanos tem horário para começar e para terminar, e sempre funciona pontualmente.

18 – Americano não liga o som alto para atrapalhar os vizinhos ou mesmo o carro parado ao seu lado. (Aqui em Orlando isso acontece bastante, mas geralmente são pessoas de outras nacionalidades que fazem… muito difícil ver um americano mesmo fazendo isso.)

19 – Americano é organizado para tudo o que faz na vida, por exemplo: negócios, escola e eventos familiares.

20 – A Liberdade de expressão e liberdade de ir e vir é primordial, mas esse conceito só é entendido quando você está morando aqui.

Então, vem para cá conhecer mais sobre essa cultura maravilhosa. Vem pra Orlando!

E agora, depois dessas notícias, você ainda acha que esta no lugar certo?

Inté,
Divarrah





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21.2.16

Cultura Indiana




A cultura indiana é muito rica e diversificada. É uma cultura milenar que recebeu, com o passar dos séculos, várias influências orientais e ocidentais. Representa uma das civilizações mais antigas da história.


Dança Indiana


A dança mais popular da Índia é a Bharathanatyam. É uma dança clássica tradicional, onde os dançarinos fazem lindos e suaves movimentos e poses. As letras deste tipo musical falam das grandes realizações de deuses e heróis da mitologia. Esta dança surgiu há mais de 5 mil anos no sul da Índia e influenciou outros estilos de dança em várias regiões da Índia e do continente asiático.


Música Indiana


A música tradicional  indiana é resultado da fusão musical dos diversos grupos étnicos e linguísticos da região. As letras seguem um caráter emotivo e descritivo. Um dos instrumentos musicais mais utilizados na musica tradicional indiana é a tambura (instrumento de cordas).


Filosofia Indiana


A filosofia indiana está muito ligada a religião. As principais correntes filosóficas são: budismo, yoga, jainismo, tantra, bramanismo e sankhya.

Religião 


A religião na Índia é muito forte, pois esta região é considerada um dos berços religiosos das civilizações antigas. Grande parte dos indianos é seguidora do hinduísmo. Porém, existem também praticantes do islamismo, budismo, jainismo, siquismo e cristianismo.



Sistema de Castas


Embora tenha sido oficialmente extinto, o sistema de castas ainda faz parte da cultura hindu, embora tenha sido modificado no seu formato original. No sistema antigo, as pessoas eram divididas de acordo com sua posição social. Os grupos (castas) eram: brâmanes (religiosos e nobres), xatrias (guerreiros), vaixias (agricultores e comerciantes), sudras (escravos) e párias (sem castas). 


Arquitetura 





Na arquitetura histórica destacam-se os tempos (locais das cerimônias religiosas). Estes chamam a atenção pela beleza dos detalhes e riqueza na decoração. O Taj Mahal, situado na cidade de Agra, é uma das obras de arquitetura mais conhecidas deste país. Com influência islâmica, este mausoléu é considerado pela UNESCO como um Patrimônio da Humanidade.


Festas Indianas


Grande parte das festividades indianas está relacionada com aspectos religiosos. As principais festividades são: Holi, Festival das Cores (de fevereiro à março); Khumba Mela (festival religioso que ocorre quatro vezes a cada doze anos); Ganesha Festival (agosto e setembro) e Festival das Luzes (Diwali).

17.2.16

Patrocínio a Eventos Culturais 2016




O BNDES receberá, para o 2º período de 2016 (de setembro de 2016 a fevereiro de 2017), propostas de patrocínio a eventos culturais nos segmentos de Música e Literatura.


São considerados eventos culturais os projetos com duração e local pré-estabelecidos, que contribuam para a difusão e fomento da cultura brasileira, tais como mostras, festivais, feiras, espetáculos, entre outros, conforme descrição no quadro a seguir:

Segmentos

Música Festivais, feiras e espetáculos com ênfase em música instrumental e clássica, que reúnam artistas e grupos diversos, prioritariamente brasileiros.

Literatura Festivais, festas e feiras literárias que contribuam para o estímulo à leitura e para a divulgação da obra e da produção de diferentes autores, prioritariamente brasileiros.

Período de inscrição

A apresentação de projetos terá um período definido e será divulgada sempre nesta seção.
Inscrições para eventos com início entre 01.09.2016 a 28.02.2017 (setembro de 2016 a fevereiro de 2017).
Início do evento de 01.09.2016 a 28.02.2017

Inscrição 
de 11.04.2016 a 27.05.2016 
Seleção junho a julho de 2016
Divulgação do resultado agosto de 2016 




Seleção

As propostas recebidas serão avaliadas pelo BNDES, com base nos seguintes critérios:
Concepção criativa do projeto;
Proposta de conteúdo – expressa na programação do evento, nos artistas, curadores, produtores e demais envolvidos no projeto;
Potencial de comunicação do projeto;
Proponente do patrocínio;
Potencial de difusão e fomento à cultura brasileira;
Interesse institucional do BNDES;
Representatividade no segmento cultural.

Como diretrizes adicionais serão consideradas ainda a distribuição regional das ações, a distribuição ao longo do calendário anual, a distribuição por segmento cultural e a disponibilidade de recursos do BNDES. 

IMPORTANTE

Após a conclusão da seleção, o BNDES encaminhará comunicação eletrônica (email) a todos os inscritos, informando sobre a divulgação do resultado.
As propostas selecionadas serão divulgadas no Portal do BNDES, sem ordem de classificação.
A inscrição do projeto significa aceitação das diretrizes e critérios de avaliação informados acima, não cabendo qualquer tipo de recurso da decisão final do BNDES.
A seleção do projeto não garante o apoio do BNDES, estando a contratação do patrocínio condicionada ao cumprimento das demais etapas informadas no item “Projetos Selecionados”.
O BNDES se reserva o direito de rever a decisão de patrocinar o evento em caso de alteração do escopo ou do período de realização das propostas.


Projetos selecionados

Os proponentes responsáveis pelas propostas selecionadas serão contactados por e-mail e solicitados a enviar o restante dos documentos necessários para a análise técnica e jurídica do projeto (conforme relação disponível neste link).

A análise da ação de patrocínio compreenderá:
Negociação das contrapartidas e do valor do patrocínio;
Análise orçamentária da proposta;
Definição do cronograma de pagamento e das respectivas entregas para cada parcela;
Análise jurídica da documentação do proponente;
Confirmação de todas as informações relativas ao projeto.

Após o cumprimento de todas essas etapas, a ação será encaminhada para aprovação da alçada competente no BNDES e os contratos encaminhados para assinatura.

O contrato de patrocínio deverá ser assinado impreterivelmente até a data de início do evento, sob pena de cancelamento do patrocínio.






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14.2.16

Relação entre Cultura e História




Por Ludmila Franca
(Instituto Norberto Bobbio)

A relação entre cultura e história é pensada pela primeira vez, de forma bastante crítica, por Hegel e, posteriormente, por Marx. Essa relação implica o reconhecimento da historicidade da existência humana, cujos valores decorrem de apreensões de caráter cultural que não decorrem da natureza das coisas, mas sim de valores atribuídos no intuito de compreender o mundo. 

Desse modo, a realidade humana está referida aos conceitos construídos culturalmente e esses conceitos se transformam à medida em que a história segue seu curso, pois, a cada nova mudança, a cada nova situação, o homem se vê obrigado a construir novos valores, a reinterpretar a realidade e a dar novos sentidos àquilo que o cerca, bem como a si mesmo.


A diferença entre natureza e cultura


Diferentemente do que pensamos, muitas situações que cremos ser naturais, em verdade, são fruto de condicionamentos culturais que se sedimentam através de gerações, criando na tradição o fio condutor de valores mundanos entendidos como verdades absolutas. Percebemos isso facilmente quando pensamos em situações como a suposta inferioridade da mulher, que foi construída durante séculos de dominação cultural da Igreja Católica, bem como a inferioridade de índios e negros, entendidos como primitivos e sem alma, inferiores em relação ao homem branco. Outros exemplos poderiam ser dados no sentido de retratar como determinadas situações, vistas como naturais, a bem da verdade não passam de construções humanas, que podem ser cambiadas a medida em que novas interpretações e situações são colocadas diante dos sujeitos.

Assim, a natureza refere-se ao campo onde as situações decorrem sem que haja uma interferência humana, por meio de leis próprias que regem ciclos e relações de causa e efeito (causalidade). Durante anos, o argumento de que existiam situações humanas decorrentes de impulsos naturais indeléveis permitiu o surgimento de uma concepção de humanidade dividida em raças (inferiores e superiores), estabelecendo-se uma escala evolutiva, na qual o europeu estava no topo, sendo que as demais etnias (vitimadas pelos arroubos colonialistas e imperialistas que culminaram em genocídio e escravidão), eram tidas como naturalmente inferiores, de comportamento mais próximo dos animais, irracionais.

Hoje, entendemos de forma diferente, apesar de o preconceito dessas teorias evolucionistas sobreviver de forma velada entre os indivíduos do corpo social. Foi necessária, assim, a compreensão de que existe um gênero humano referido a várias etnias, ou seja, homens que, apesar de iguais em sua condição humana, se diferenciam por fatores étnicos: idioma, religião, organização social, fenótipo, valores. Essas diferenças, anteriormente referidas a uma teoria evolucionista de viés eurocentrista, hoje são entendidas, pela antropologia, como elementos culturais, que não implicam maior ou menor grau de evolução, mas tão somente a diferença de percepção de mundo e de modo de vida.

A cultura, diferentemente da natureza, não obedece a uma rotina cíclica, de repetição: nascer, crescer, reproduzir, morrer. Ao contrário, a cultura é uma forma de estrutura de tempo linear dentro de um mundo (natural) regido por um tempo circular (cíclico): através dela, a história humana se desenrola, no fluxo de novas percepções e valores construídos pelo afã humano de estabelecer um lugar para si no mundo. 

Com isso, os valores humanos se mostram historicamente condicionados, sendo mesmo inadmissível o estabelecimento de verdades absolutas e imutáveis, pois se o homem, a quem essas verdades estão referidas, é um ser histórico, que muda em função das novas experiências que a seqüência da vida através das gerações coloca diante de si, as verdades devem acompanhar essas mudanças, a fim de que possam realmente se prestar para a solução dos assuntos humanos.

Um exemplo dessa situação é a questão dos direitos humanos. Sendo valores expressos normativamente, os direitos humanos possuem diversas gerações em função do surgimento de novas necessidades no curso da vida humana. 

Primeiro, os direitos ditos “vermelhos” ou de primeira geração, estabelecidos sob a influência da burguesia revolucionária na França (1789) e consagrados como valores “universais”: vida, liberdade, propriedade, igualdade. Em um outro momento, numa Europa devastada pelas mazelas de uma Revolução Industrial que culminou na super-exploração da classe operária, surgem os direitos humanos “azuis”, ou de segunda geração, que visam salvaguardar ao indivíduo condições mínimas de vida social: habitação, trabalho, saúde, educação. E assim sucessivamente, gerações de direitos humanos se estabelecem à proporção que a história segue seu curso e coloca novas situações a serem enfrentadas pelo homem.

Disso decorre a historicidade da existência humana, que é cultural apesar da referência do homem enquanto um animal também e, nessa medida, parte da natureza. 

Todavia, diferentemente dos demais animais, o homem se consagra como um ser dotado da capacidade de “criar” mundo através dos valores que atribui a si e àquilo que o cerca (cultura), sendo certo que, uma vez subtraídas as suas referências culturais, o homem se apresenta como único animal que não tem o comportamento pré-determinado por um “instinto humano”, haja vista o caso de Amala e Kamala, as meninas-lobo, e de Victor, o “menino selvagem de Aveyron”. Esses casos mostram a nós que o homem não nasce pronto, como os demais animais (um gato criado em meio a cachorros ainda assim se comportará como um gato). 

Ao contrário, o homem, ou a suposta “natureza humana” é construída através do contato com outros humanos, que nos ensinam os valores e os modos de vida sociais, a cultura, que nos humaniza.

Destarte, cientes de que não existem culturas melhores e piores, mas sim culturas diferentes, e de que são esses fatores culturais que moldam nossa existência ao longo da história, podemos perceber porque é tão complexa a solução de problemas referidos a diferenças étnicas, como o conflito Israel x Palestina, ou a impossibilidade de diálogo que muitas vezes se estabelece entre ocidentais e orientais. 

Esses conflitos, gerados pela reconhecimento da diferença étnica sem aceitação da igualdade humana, culminam em experiências trágicas, como a Shoá (também conhecida como Holocausto), o genocídio dos ameríndios em nosso continente, ocorrido à época da colonização, no século XV, os genocídios ocorridos na África e a escravidão dos negros, o genocídio dos armênios pelos turcos (Ararat, 1915) e outros exemplos vergonhosos que mancham a história humana. 

Essa “desumanização” proposta por aqueles que não aceitam as diferenças étnicas e submetem “o outro” aos campos de concentração, às senzalas, aos troncos, aos guetos é um dos maiores desafios impostos à humanidade, que deve supera-lo, a fim de afirmar a condição plural do mundo e do gênero humano. 

A Terra é pluralidade, que implica o reconhecimento da igualdade humana a despeito da aceitação da diferença, como única forma de realmente afirmamos aquilo que se alcunhou “dignidade humana”.






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11.2.16

Museu a Céu Aberto




Reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade, preserva até os dias de hoje construções do período colonial. São sobrados, solares, palacetes, igrejas e conventos construídos nos estilos ibérico e barroco, que foram restaurados, mas mantendo suas características arquitetônicas originais.

O Centro Histórico de Salvador compreende a área que vai da Praça Municipal – onde está o Elevador Lacerda – até o Largo de São Francisco, englobando também o Terreiro de Jesus, Pelourinho, Praça Castro Alves e Mercado Modelo.



Pelourinho


O primeiro e mais famoso bairro de Salvador é mundialmente conhecido por suas ladeiras. casarões coloridos, igrejas e museus. Na época do Brasil colonia, o Pelourinho era habitado por famílias ricas e destinado ao comércio e administração da cidade. Hoje, é um verdadeiro centro cultural a céu aberto. 

A restauração dos casarões e sobrados realizada a partir de 1990 fez com que eles ganhassem cores vivas e estrutura confiável, transformando-se em bares, hotéis, lojas e restaurantes. Também a limpeza e segurança das ruas e becos ganhou atenção especial, fortalecendo e valorizando o turismo.



::: Elevador Lacerda



Um dos pontos turísticos mais visitados de Salvador, inicialmente tinha a função ligar as cidades Alta e Baixa. Sua construção começou em 1869, por meio da iniciativa de Antônio de Lacerda, e passou a funcionar em 1873.

O Elevador Lacerda se situa na rocha da montanha que separa os 72 metros entre Cidade Alta e Cidade Baixa, às margens da Baía de Todos os Santos, proporcionando uma das mais maravilhosas vistas de Salvador.



::: Farol da Barra


Desde o decobrimento do Brasil, a Barra teve importância estratégica para defesa da colônia pelos portugueses. Em 1536, no local onde hoje está o Farol, foi erguido o Forte de Santo Antônio da Barra, que defendeu a cidade de inúmeras invasões estrangeiras.

Porém, com a ocorrência de um naufrágio próximo ao Forte no século XVII, se iniciou a construção de um Farol para orientação aos navegantes, que mantém essa função até hoje. Ao longo do tempo, foi se tornando um marco para Salvador, podendo ser visitado internamente de terças a domingo, das 8h30 às 19h.







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9.2.16

Guggenheim critica o Rio



Angela Pimenta
de Nova York


Thomas Krens, o diretor da Fundação Guggenheim criticou a prefeitura do Rio de Janeiro por causa da proibição judicial para a construção de uma filial do museu americano na cidade.

Em entrevista à BBC Brasil, ele disse que acredita que "a maneira como o processo evoluiu foi um pouco infeliz em função da falta de comunicação sobre o espírito do projeto e seus benefícios para o Rio de Janeiro".


Comparando o projeto do Rio de Janeiro com o Museu Guggenheim estabelecido em Bilbao, na Espanha, há dez anos, o diretor da fundação reconhece que as realidades são diferentes e que ele não conhece o Rio suficientemente bem para saber o que a decisão da Justiça representa.

Krens afirma também que já está procurando outros lugares na América do Sul para o estabelecimento do novo museu. Leia abaixo trechos da entrevista:

BBC Brasil – Quais é a sua expectativa em relação à proibição imposta pela justiça carioca para o início das obras do museu Guggenheim no Rio de Janeiro?

Thomas Krens – A esta altura minha expectativa é realista, o que significa que eu não tenho nenhuma expectativa. Creio que a questão pendente agora é, em parte, judicial e, em parte, técnica. Do ponto de vista técnico, a questão é saber se o prefeito César Maia tem a autoridade para tocar um projeto com esse escopo no prazo previsto.

Isso terá que ser decidido pelo tribunal, mas é claro que o prefeito acreditou que tinha esse poder. Já do ponto de vista das relações públicas, acredito que não se fez um bom trabalho no sentido de falar sobre quais são as oportunidades e benefícios a serem criados pelo museu.

BBC Brasil – Os que se opõem à construção do museu dizem que ele irá consumir US$ 240 milhões dos cofres de uma cidade com várias outras prioridades sociais.

Krens – Eu acredito que a maneira como o processo evoluiu é um pouco infeliz em função da falta de comunicação sobre o espírito do projeto e quais são seus benefícios para o Rio de Janeiro. Nossa experiência em Bilbao estabelece claramente um padrão para esse tipo de operação. No Rio, esperamos que haja um impacto econômico da ordem de R$ 1,5 bilhão nos primeiros cinco anos depois da abertura do museu.

A cada ano esperamos um público de um milhão de pessoas visitando o lugar. Em termos de impostos, a cada ano a cidade e o Estado do Rio de Janeiro ganhariam cerca de R$ 75 milhões, para não mencionar a criação permanente de algo entre 5 mil e 10 mil empregos.

BBC Brasil – O senhor pensa em expressar seu ponto de vista diante da Justiça brasileira?

Krens – Essa é, evidentemente, uma decisão brasileira. É também uma questão política. Não podemos simplesmente vir de fora e tentar impor qualquer tipo de realidade. Essa é uma realidade política que acredito que o prefeito César Maia precise lidar. Aliás, nós estamos em contato permanente com o gabinete do prefeito.

BBC Brasil – O senhor fixou algum prazo para desistir do projeto?

Krens – Essa questão de um prazo não depende de mim, eu não tenho um prazo estabelecido para isso. Se todas as oportunidades e realizações que o novo museu pode trazer forem enxergadas pela cidade do Rio de Janeiro, nós estaremos felizes em nos engajarmos nesse projeto. Mas caso isso não aconteça, nós começaremos a olhar para outros projetos. Nós iremos procurar outro lugar no continente para nos estabelecermos.

BBC Brasil – Quando o Guggenheim começará a procurar lugares alternativos ao Rio de Janeiro para a construção de sua filial sul-americana?

Krens – Acho que provalmente já começamos a olhar para outros lugares. Você tem que ser realista. Eu me sinto à vontade, ou melhor, eu me sinto entusiasmado com o nosso projeto no Rio.

Trata-se de um grande projeto numa grande cidade. Mas se isso não acontecer, o que eu posso fazer? Tudo o que eu posso fazer é ser o mais elegante e bem-educado possível.

BBC Brasil – Qual o interesse do Guggenheim em ter uma filial no Rio de Janeiro?

Krens – Nós adoraríamos estar no Rio de Janeiro porque entendemos que a cultura sul-americana é importante. O museu Guggenheim tem hoje um grande intercâmbio entre os dois lados do hemisfério norte, mas queremos estabelecer um eixo norte-sul nas Américas.

Esse foi o motivo inicial do nosso interesse pelo Rio de Janeiro. Foi por isso também que organizamos a exposição Brazil Body and Soul (Brasil Corpo e Alma, apresentada no Guggenheim de Nova York em 2001).

BBC Brasil – Como o senhor compara a oposição que o Guggenheim enfrenta hoje no Rio de Janeiro com à que enfrentou na Espanha, durante a construção do Guggenheim Bilbao?

Krens – Por incrível que pareça, em Bilbao nós tivemos uma resistência maior ao projeto do que agora no Rio. Mas isso foi há dez anos, e o mundo agora é bem diferente, e o Rio de Janeiro também é bem diferente de Bilbao. E eu não conheço o Rio de Janeiro suficientemente bem para saber o que tudo isso significa.


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6.2.16

Centro Cultural do BB RJ





Um prédio de linhas neoclássicas no centro do Rio está situado ao lado da Igreja da Candelária. Este é o endereço de um recordista brasileiro. Dentro do local, encontra-se arte, arte e mais arte. Nos país do samba, da praia e do futebol, temos um museu na lista dos mais visitados do planeta. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio, ficou em 14° lugar, no ranking internacional, com o público de mais de dois milhões de visitantes em 2010.

Na lista, temos outros museus importantes: o mesmo CCBB, em Brasília e em São Paulo, o MASP e a Pinacoteca, também na capital paulista. Quem ocupou o primeiro lugar, sem surpresa, foi o Louvre, em Paris. Mas o que tem feito "ferver" os museus brasileiros? “Na realidade, é um trabalho educativo que vem dos primórdios do CCBB. É quebrar esse estigma de que a arte só pode ser consumida ou só pode ser vista por aqueles que já detêm o conhecimento prévio sobre ela”, explica o gerente de programação do CCBB-RJ Danon Lacerda.


Alguns números são impressionantes. Uma exposição do artista plástico holandês Escher teve, em menos de dois meses, quase o mesmo público que todo o campeonato carioca nos estádios no Rio.

A melhor propaganda para os museus, que geralmente têm pouco dinheiro para investir em publicidade, é a boca a boca. De uns tempos pra cá, ela tomou outra dimensão por causa da tecnologia. A internet com as redes sociais, tem ajudado, e muito, os museus brasileiros a garantir outro público. Quem vem e gosta, espalha na rede.

Mas dois outros fatores também são importantes: as obras interativas estimulam a criatividade e a sensibilidade para portadores de necessidades especiais. Eles enxergam de um jeito especial e têm a ajuda de um cão guia nos corredores. “É outra imagem que a gente acaba tendo. É outra visão, porque a gente não precisa enxergar para ter o sentido da visão de deduzir e imaginar”, explica a estudante Vanessa da silva.





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3.2.16

Museus sobre Pessoas Famosas






Visite os museus dedicados aos britânicos que entraram para a história e veja os lugares que os inspiraram. De estrelas pop a escritores, poetas e políticos, aqui estão os nossos 10 lugares favoritos para se conhecer as figuras lendárias da Grã-Bretanha.


Museu Florence Nightingale, Londres, Inglaterra



A “Dama da Lâmpada”, Florence Nightingale , se tornou famosa como enfermeira na Guerra da Crimeia, mas foi também uma radical e apaixonada reformadora e promotora da saúde. 

Instalado na primitiva Escola Nightingale para a Formação de Enfermeiras, no Hospital de St. Thomas, o Museu Florence Nightingale, recentemente reaberto, tem uma coleção fascinante de artefatos que vão desde uma coruja de estimação à sua maleta pessoal de medicamentos e traz o seu tempo de novo à vida, através de fascinantes apresentações interativas.


Museu Sherlock Holmes



Onde : 221b Baker Street, Londres, Inglaterra

Embora Sherlock Holmes seja, como se sabe, um personagem de ficção, os incríveis poderes de dedução, a excêntrica forma de se vestir e suas manias lhe renderam leitores do todo o mundo. 


A sua casa, referida nos contos de Arthur Conan Doyle, fica no coração de Londres, no º 221b de Baker Street. Explore o museu que homenageia Holmes, cujo interior vitoriano muito bem conservado foi reconstituído a partir de referências dos romances, e veja o cachimbo, boné de caça e a lupa que foram tornados famoso na interpretação magistral do ator Basil Rathbone.




J M Barrie



Onde : Casa onde nasceu J M Barrie’s Birthplace, Kirriemuir, Escócia
O chalé onde nasceu e cresceu o autor de Peter Pan é agora um encantador museu que apresenta uma coleção interessante, incluindo fatos de época e originais manuscritos, com anotações de Barrie. Pode ali ver também a lavandaria que foi o primeiro teatro do jovem Barrie. 

Há muitas atividades para crianças, personagens escondidas por toda a casa, uma sala de brincadeiras inspirada em Peter Pan e até a possibilidade de voar como Peter, na área Peter Pan Experience.



Museu Robert Burns




Onde : Parque Nacional do Patrimônio Burns, Alloway, Escócia
O Burns National Heritage Park oferece a oportunidade de conhecer de perto o rico patrimônio de Burns, no ambiente que inspirou sua imaginação.


Situado no belo cenário de Alloway, o Parque inclui o chalé do poeta e um museu com mais de 5.000 peças relacionadas com a sua vida, obra e legado. Pode também ver as ruínas da Velha Igreja de Alloway – imortalizadas no famoso poema de Burns, Tam o’ Shanter, e o monumento que lhe é dedicado nos jardins que se debruçam sobre a histórica ponte Brig o’ Doon.


Museu William Wordsworth





Onde : Dove Cottage e Rydal Mount, Distrito dos Lagos, Inglaterra Escondido na paisagem inspiradora do Distrito dos Lagos, William Wordsworth escreveu algumas das mais notáveis poesias da língua inglesa. Visite suas duas casas no Distrito dos Lagos, Dove Cottage Rydal Mount para conhecer o cenário que o inspirou. E se quiser ver um “exército de narcisos dourados”, então venha em Março





Museu Beatrix Potter



Onde : Hill Top, Distrito dos Lagos, Inglaterra
Beatrix Potter era uma apaixonada pela natureza e pela sua casa no Distrito dos Lagos. Pode visitar o seu encantador chalé Hill Top que está cheio dos seus objetos pessoais e aquarelas, além de informações sobre suas histórias fascinantes. No jardim, não é difícil imaginar o Coelho Pedro correndo por entre as flores, frutas e legumes que até hoje crescem por ali .


Museu William Shakespeare





Onde : Stratford-upon-Avon, Inglaterra 

O dramaturgo mais representado em todo o mundo enriqueceu a cultura ocidental com novas palavras e imagens orais como nenhum outro, antes ou depois dele. De comédias a tragédias, Shakespeare explorou todos os recônditos da alma humana. Visite a histórica Stratford-upon-Avon e veja 5 casas todas elas associadas a Shakespeare incluindo a Casa onde nasceu e o Chalé de Anne Hathaway. E pode também visitar o túmulo de Shakespeare, com a sua misteriosa maldição.


John Lennon and Paul McCartney




Onde : Liverpool, Inglaterra

Mendips é a casa onde John Lennon passou a infância e onde compôs muitas das suas primeiras canções. A casa recorda o tempo que ali passou durante a época escolar. 20 Forthlin Road era a morada da família McCartney, onde os Beatles se encontravam para ensaiar e onde escreveram muitas das suas primeiras canções, incluindo Love Me Do e I Saw Her Standing There. O National Trust organiza visitas a estas duas casas, mas o número de visitantes é limitado. Reserve com alguma antecedência.


Museu Sir Winston Churchill




Onde : Palácio de Blenheim, Oxfordshire, Inglaterra

A casa onde nasceu Winston Churchill, o Palácio de Blenheim, perto de Oxford, é uma mansão do século XVIII perfeitamente conservada, situada em um parque de 850 hectares, desenhado pelo famoso arquiteto e paisagista “Capability” Brown. Churchill nasceu no palácio em 1874 e há uma exposição permanente sobre sua vida, instalada numa sala próxima àquela onde nasceu. O estadista amava Blenheim e, como membro da família, foi um visitante frequente durante toda a sua longa vida. Está sepultado num túmulo simples na vizinha igreja de Bladon. Para mais detalhes fascinantes sobre a história deste grande líder, visite também Chartwell , a casa onde morou de 1924 até ao fim da sua vida.


Museu L S Lowry




Onde : The Lowry, Salford, Inglaterra

O pintor Lowry é famoso por suas representações de paisagens industriais, pintadas em sua terra natal, Lancashire, e pelas suas curiosas figuras com configuração de “fósforos”, que são reconhecidas imediatamente. A maior coleção de suas obras em todo o mundo pode ser vista no Museu Lowry , perto de Manchester . Suas telas com o tema da indústria, do princípio do século XX , captam a vida muitas vezes dura dos trabalhadores, mas suas manchas de cor e um certo sentido de humor emprestam uma grande individualidade às suas figuras estilizadas. Não perca os retratos e paisagens marinhas, obras menos conhecidas.






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2.2.16

Identidade Cultural e Alteridade: Problematização Necessária 2




Os anormais contemporâneos são os sem-emprego, os sem-teto, os sem -terra, os consumidores falhos de Bauman, os “portadores de necessidades especiais”, os “improdutivos” e os pobres. Os novos “impuros”, a “sujeira social” pós-moderna, ou seja, a diferença, assim como a identidade cultural, saem do território restrito e limitado dos Estados-nação, para serem ditadas, definidas, impostas, (re)produzidas e (re)significadas enquanto produtos da interconexão cultural global, da globalização econômica, dos novos valores decorrentes desse fim das fronteiras nacionais e da substituição da supremacia do estado nacional pela do mercado capitalista, e até mesmo, pelo temor que esse processo de universalização da cultura, em alguns casos provoca. 

Em nível local, podemos citar como exemplo deste último fator de (re)significação/(re)produção da alteridade, o fortalecimento do comunitarismo, ou neo comunitarismo como é também chamado. A falência dos Estados-nação, e com isso, do sentimento de segurança, estabilidade, limpeza e ordem que deles derivavam, fazem com que a comunidade se torne atualmente um atrativo para aqueles grupos minoritários que temem serem absorvidos pelo processo de homogenização cultural decorrente do fenômeno globalização e terem a sua cultura/identidade exposta à infiltração cultural. 

O que precisa ser ressaltado é que esses movimentos comunitaristas, embora se apresentem como um processo inocente de fortalecimento de comunidades “naturais” – geralmente organizadas em torno de uma etnia comum – se constroem a partir de discursos excludentes e preconceituosos, que reivindicam e afirmam sua identidade através de relações identidade/diferença baseadas em concepções essencialistas e de pureza, que via normalização dos elementos – símbolos, signos e representações - que compõem a identidade da comunidade desenvolvem discursos e práticas de negação e não aceitação dos “seus diferentes”, possibilitando a exclusão e a marginalização daqueles pela comunidade estigmatizados. 

Todavia, como o Estado-nação revelou-se muito mais ocupado/preocupado com uma sociedade regida pelos frios interesses do mercado do que pela “unidade de sentimentos”(Bauman, 1998), é agora nas comunidades onde se deposita a confiança e a esperança de execução daquelas promessas que o Estado-nação não conseguiu cumprir. 

A comunidade por sua vez, representa atualmente o sonho de um porto seguro. Tal como é aspirada pelos comunitaristas, ela atrai pelo aconchego caseiro, pela promessa de apoio e compreensão mútuos, pela harmonia de interesses, pela “identidade comum” e principalmente pela esperança de que na comunidade se encontre a segurança, a certeza e se restabeleça a confiança que a sociedade contemporânea não dispõe devido ao grande desequilíbrio existente entre a liberdade e as garantias individuais. 

No entanto, embora os significados e as sensações que a ideia e a própria palavra “comunidade” remetem enquanto algo bom e positivo, há sempre um preço a pagar pelo privilégio de “viver em comunidade”. Para Bauman (2003), o preço é pequeno e até invisível enquanto a comunidade for um sonho, e ele é pago em forma de liberdade, autonomia, direito à auto-afirmação e à identidade. 

O que precisa ser ressaltado, é que por trás dos significados e sensações positivos e acolhedores que o termo e a ideia de comunidade transmitem, o comunitarismo abrange processos de exclusão dos “outros”, daqueles que não compõe ou não estão “aptos” a compor a comunidade. Ele promove a etnização da cultura produzindo e  representando a alteridade de maneira negativa, como ameaça. 

O expurgo dos que não fazem parte torna-se assunto da comunidade. A lógica do comunitarismo, portanto, é a mesma lógica de constituição dos Estados-nação na modernidade, dá-se através da homogeneização cultural, da marcação da identidade e “demonização” da diferença. 

Como destaca Silva (p.206), “tendemos a pensar o comunitarismo como aliado na luta contra os efeitos ‘perversos’ da globalização sem nos darmos conta de que o inimigo está na trincheira”. É preciso dizer ainda que o caráter de “naturalidade” utilizado pelo discurso comunitário na defesa da comunidade não se sustenta mais na era da informática, com o trânsito rápido e incontrolável da informação e da cultura. 

Na pós-modernidade, as comunidades não têm como manter “puras” as suas tradições, elas não podem mais manter instransponíveis as fronteiras que separam o “dentro” e o “fora”. Para Bauman (2003) a comunidade “natural” está sendo substituída pela “comunidade do entendimento comum”, e esta, por sua vez, mesmo se alcançada, permanecerá frágil e vulnerável, necessitando de constante vigilância, reforço e defesa, visto que o “entendimento comum” só pode ser alcançado, como afirma o autor “ao fim de longa e tortuosa argumentação e persuasão, e em competição com um número indefinido de outras potencialidades” (p.19).

Nessa comunidade, toda homogeneidade, toda unidade e todo acordo precisam ser construídos, produzidos, e estarão sempre sujeitos a contestação, discussão e reflexão. A “comunidade realmente existente” exigirá olhos atentos vinte e quatro horas por dia “para manter os estranhos fora dos muros e para caçar os vira-casacas em seu próprio meio”. (Bauman, 2003, p.22) 

Sabemos que nas condições atuais, é impossível fechar-se ao “outro”, mantê-lo distante, assim como sua identidade, sua cultura e a carga de atributos negativos que lhe foram conferidos. Ao mesmo tempo esses tantos “outros” pós-modernos provocam medo, por não serem localizados, previsíveis e por não estarem confinados em instituições de controle – as instituições modernas que antes eram as responsáveis pela sua (re)habilitação, regulação e controle estão falidas, nem (re)habilitam, nem regulam, nem controlam. 

Contudo, embora se apresente como solução para esses temores, para os anseios dos homens e mulheres que procuram a segurança, a estabilidade, a ordem e a previsibilidade nas relações sociais, a comunidade dos discursos neo comunitaristas não pode oferecer mais do que já se tem: ao levantar seus muros, priva a liberdade; ao deixar os “outros” soltos do lado de “fora”, instaura apreensão e insegurança. A alteridade vista – e nisso nada difere da modernidade – como um problema ao mesmo tempo incômodo e necessário, dentro da lógica comunitarista, deve ser isolada, controlada, demonizada. 

Preocupa é como, na prática, essa lógica se efetiva. Nesse período de tantas incertezas, de falência e crise das instituições estáveis da modernidade; nesse período em que o inimigo é disperso, sem um centro, em que o excesso de liberdade promove ainda maior falta de segurança; num período em que temos medo, em que almejamos ordem, estabilidade e previsibilidade, habitar uma comunidade seria perfeito, não fosse ela uma réplica microscópica do Estado-nação, com toda sua perversidade e limitações.  


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Identidade Cultural e Alteridade: Problematizações Necessárias 1


Expressado moralmente: amor ao próximo,
viver para os outros e outras coisas pode ser
a medida de defesa para a manutenção do
mais duro dos egocentrismos.

Friedrich Nietzsche




O mundo é do tamanho do conhecimento que
temos dele. Alargar o conhecimento, para
fazer o mundo crescer, e apurar seu sabor é
tarefa de seres humanos.

Terezinha Azerêdo Rios




A palavra “inclusão” hoje está na moda. “Incluir as diferenças” é discurso obrigatório na área social e da educação, mesmo que não se tenha consciência do que realmente significa e de que maneira se dará. 

Se observarmos os discursos governamentais, político-partidários, as propagandas de tv, os planos e projetos pedagógicos nas escolas, teremos a ilusória percepção de que realmente vivemos um período de “aceitação e respeito às diferenças” - sejam elas quais forem: étnicas, sexuais, de gênero, religiosas, culturais, raciais, enfim.

Palavras como diversidade, diferença, identidade e multiculturalismo adentram as instituições escolares, a mídia, as campanhas eleitoreiras. Da mesma forma, os termos respeito e igualdade, são os “abre-alas” de qualquer discurso que se diga democrático, social e/ou humanitário.

Nesse sentido, Duschatzky e Skliar (2001, p.120) lembram que certas retóricas sobre a diversidade se tratam “em certas ocasiões, de palavras suaves, de eufemismos que tranquilizam nossas consciências ou produzem a ilusão de que assistimos a profundas transformações sociais e culturais simplesmente porque elas se resguardam em palavras de moda”.

Não se pode esquecer que a identidade, tal como a diferença, é uma relação social. Isso significa que sua definição - discursiva e linguística - está sujeita a vetores de força, a relações de poder. Elas não são simplesmente definidas, são impostas. Silva (2000, p.81) salienta que “a identidade e a diferença não são, nunca, inocentes”, segundo o autor, onde existe diferenciação, aí está presente o poder. 

Ele destaca, no entanto, que há uma série de processos que traduzem essa diferenciação, como incluir/excluir (identificando e representando/marcando/simbolizando quem pertence e quem não pertence); demarcar “fronteiras” (que definam e separem “nós” e “eles”); classificar; normalizar.

A diferenciação, portanto, é responsável por (re)construir/(re)produzir a alteridade, por definir quem é o “outro”, e torná-lo identificável, (in)visível, previsível. Ao dividir, separar, classificar, normalizar, a diferenciação resulta na hierarquização. 

Fixar uma determinada identidade como a norma, é uma das formas privilegiadas de hierarquização das identidades e das diferenças, pois normalizar significa atribuir a essa identidade todas as características positivas possíveis, em relação às quais, as outras identidades só podem ser avaliadas de forma negativa, tal como afirma Silva (2000). 

A marcação da diferença constitui então, o componente chave de qualquer sistema de classificação que vise definir quem é a “identidade” e quem é a “diferença”. Para Cuche (2002, p.187), “a imposição de diferenças significa mais a afirmação da única identidade legítima, a do grupo dominante, do que o reconhecimento das especificidades culturais”, este é um pouco mais problemático, na medida em que é necessária a negatividade da diferença para afirmar a positividade e a normalidade da identidade. 

Nesse sentido, cabe destacar que a identidade cultural não é “natural”, nem inerente ao indivíduo, ela é preexistente a ele, e como a própria cultura se transforma, a identidade cultural do sujeito não é estática e permanente, mas é fluída, móvel, e principalmente, não é uma imposição inocente, nem uma apropriação, de todo, inconsciente. A identidade cultural é por sua vez construída, manipulada e política. 

Na modernidade, com o surgimento dos Estados-nação, a identidade tornou-se decididamente um “assunto de estado”. Como afirma Denys Cuche (2002, p.188) “O Estado torna-se o gerente da identidade para a qual ele instaura regulamentos e controles”. 

Benedict Anderson (1983, p.14) argumenta que a nação é, na verdade, uma “comunidade imaginada”. Para que exista, é preciso que um número considerável de pessoas de uma dada comunidade se sinta parte de uma nação, que tenham coisas em comum, que se “considerem” ou se “imaginem” integrantes dessa nação. Para haver essa “consciência” de nação, esse sentimento de pertencer a um mesmo grupo, a uma mesma cultura nacional e tornar possível uma identificação nacional, alguns dispositivos são acionados para representar a nação e produzir significados. 

Nesse sentido, a língua, a raça e a história enquanto narrativas homogeneizadoras foram/são essenciais para a constituição das identidades nacionais, para a constituição das culturas nacionais e para a formação de uma consciência nacional, essas narrativas possibilitaram/possibilitam a internalização da ideia de pertencimento nacional, de nacionalidade. 

Os Estados-nação “não se lançaram à tarefa no escuro, seu esforço tinha o poderoso apoio da imposição legal da língua oficial, de currículos escolares e de um sistema legal unificado (...)”, como aponta Bauman (2001, p.199). Para construir uma forma unificada de identificação a partir das tantas diferenças existentes no interior da “nação”, homogeneizando os traços constitutivos da identidade nacional, já que como afirma Bauman (2003, p.84) “dentro das fronteiras do Estado só havia lugar para uma língua, uma cultura, uma memória histórica e um sentimento patriótico”, o projeto de construção do Estado-nação necessitava, portanto, erradicar as diferenças e/ou os diferentes, fosse por meio da “assimilação” ou por meio da “eliminação/exclusão”.

Portanto, para dar conta de sustentar seus parâmetros de ordem, beleza, limpeza e progresso, a modernidade se serviu de uma lógica binária, de um sistema de classificação e distinção cultural e identitário que visava preservar e garantir a conformidade social com esses parâmetros. 

A modernidade inventou e multiplicou os seus “anormais” - para usar uma expressão de Foucault -, os sindrômicos, deficientes, monstros e psicopatas, os surdos, os cegos, os aleijados, os rebeldes, os pouco inteligentes, os estranhos, os homossexuais, os miseráveis, os “outros”. 

Ela criou instituições com a função de normatizar e normalizar os elementos da cultura e criar, reproduzir e legitimar uma cultura, uma identidade e uma consciência nacional, conseqüentemente, essas instituições se tornaram palco da produção, reprodução e do controle da alteridade no contexto da modernidade, a fim de purificar, afastar, limpar toda “sujeira social”. 

A identidade cultural do sujeito moderno apresentava-se, nesse contexto, estável, localizada, naturalizada. Havia lugares e comportamentos próprios a cada um. O sujeito centrado da modernidade vivenciava sua identidade cultural nacional de maneira horizontal, compartilhava  de uma identidade unificada e comum em torno de uma cultura nacional que primava pela homogeneidade, pela igualdade e abominava a diferença e os diferentes. 

Atualmente, porém, nesse período povoado pelas tecnologias da informação, pela compressão das distâncias - seja por via virtual como pela velocidade dos meios de transporte -, nesse contexto em que caem por terra as fronteiras nacionais e no qual os produtos (comida, bebida, vestuário, língua, crença, música, moda, valores, entre tantos outros) das mais diversas culturas, dos mais diversos países, invadem sem pedir licença, sem permissão, fiscalização ou visto os territórios de outras nações, países, povos e comunidades mais distantes, a identidade cultural se configura – enquanto resultado desse contexto – muito menos fechada, muito menos estável e estática, e principalmente, muito menos “nacional” do que o era na época moderna. 

É certo que essa nova percepção, essa nova forma de ver e vivenciar as identidades culturais é conseqüência das transformações ocorridas ao longo da modernidade – principalmente no último século, após a Segunda Guerra Mundial na chamada Modernidade Tardia ou Pós Modernidade – mais precisamente da globalização, das diásporas pós-coloniais, do processo de desconstrução do Estado-nação e de descentração do sujeito moderno. 

Com a integração econômica e com a difusão da informação possibilitadas pela globalização e pelo avanço tecnológico, também a cultura e as identidades culturais estão em trânsito constante. Junto com a informação e com os produtos, o fluxo de valores, costumes, idéias, estilos, ou seja, das particularidades de cada país, sociedade, comunidade ou grupo é muito grande e veloz . 

Todavia, se esse aparato tecnológico que nas palavras de Silva (2001) nos permite “viajar a longas distâncias sem sair do lugar”, possibilita um trânsito cultural e identitário, ou seja, torna possível a universalização da cultura e das identidades, a homogeneização das identidades culturais, por outro lado, e simultaneamente a esse impacto “global”, pode ser observado um novo interesse pelo “local”, principalmente por aqueles – grupos/comunidades –  que temem, para usar as palavras de Hall, que a globalização ameaça “solapar as identidades e a unidade das culturas nacionais” (2005, p.77). 

Ainda sobre isso, Bauman (1999) afirma que “junto com as dimensões planetárias dos negócios, das finanças, do comércio e do fluxo de informação, é colocado em movimento um processo localizador, de fixação no espaço”. Também as diásporas pós-coloniais tiveram/tem um papel muito importante no processo de (re)construção, (re)significação pelo qual passam as identidades culturais no mundo contemporâneo, com elas acelerou-se/acentuou-se o transporte de culturas de um lugar para outro, e a tradução dessas culturas e dessas pessoas – de suas identidades - no novo local/lugar para o qual se deu a migração, possibilitando a transformação da cultura local e, conseqüentemente, a produção de identidades culturais híbridas, este tipo identitário característico da Modernidade Tardia. 

Conseqüentemente, também teve influxo direto sobre as transformações na percepção espaço-temporal e na configuração atual da alteridade, visto que no “entre-lugar” – assim Bhabha (1998) denomina os lugares em que se instalam os migrantes – “a diferença não é nem o Um nem o Outro, mas algo além, intervalar”. 

Se na modernidade conseguíamos identificar a identidade do sujeito através dos elementos, símbolos e práticas que as compunham e as localizavam num tempo, num espaço, e os quais definiam e cristalizavam as identidades, os locais e papéis sociais, que eram ao mesmo tempo comuns a praticamente todos os sujeitos conforme o elemento identitário, no contexto contemporâneo já não temos essa possibilidade, ao menos não de maneira tão clara e precisa como o mundo moderno possibilitava. 

A identidade cultural do sujeito atual é muito mais variada, muito mais inconstante, muito mais plural. Enquanto podíamos, por exemplo, falar sobre a mulher da sociedade moderna com certa precisão, já que sua identidade era muito mais homogênea, muito mais centrada e singular, teríamos hoje que falar sobre as mulheres da sociedade atual, visto que não há um único tipo, uma única identidade, um único papel, ou um único lugar que a defina. 

Atualmente, junto com as “novas” formas de identidade, “novas” formas de alteridade são produzidas. A relação identificação/exclusão tem peculiaridades que são provenientes desse contexto sócio-econômico-espaço-temporal pós-moderno, resultando em novos “outros”, novos “eles” e em diferentes formas de bani-los, de controlá-los, de colocá-los nos “seu devido lugar”; novos discursos, novas formas de “os” representar . 

Considerando-se a relação identidade/diferença e a dependência que uma possui da outra, seria inevitável, e necessário até (se assim podemos dizer), “novos diferentes” capazes de “normalizar” essas “novas identidades” que emergem. Como lembram Duschatzky e Skliar (2001, p.124) “necessitamos do outro para, em síntese, poder nomear a barbárie, a heresia, a mendicidade etc. e para não sermos, nós mesmos, bárbaros, hereges e mendigos”. 

Veiga-Neto apud Larrosa e Skliar (2001, p.107) argumenta sobre esses “novos anormais” que “o critério de entrada não é mais o corpo (em sua morfologia e comportamento); o critério de entrada pode ser, também, o grupo social ao qual esse corpo é visto como indissoluvelmente ligado”. 


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